Saúde

7 em cada 10 portugueses referem que a experiência com lares não é negativa

Notícias de Coimbra | 3 semanas atrás em 30-04-2024

Lares Online, plataforma líder na referenciação segura de lares em Portugal, acaba de divulgar os resultados do Índice de Satisfação em Lar.

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As conclusões deste estudo são baseadas nas opiniões reais de portugueses que deixaram, em 2023, o seu contributo no site avaliarlares.pt, projeto lançado pela Lares Online, há um ano. As avaliações gerais apontam para uma tendência positiva na experiência direta com os lar de idosos, que dependem do tipo de relação que o inquirido tem com o lar, e indicam as melhorias que devem ser implementadas no setor dos lares em Portugal, para que este se torne, cada vez mais, de qualidade.

59% das experiências em lar são positivas, e apenas 26% são negativas, o que revela uma visão geral favorável dos lares em Portugal. Os parâmetros com melhores avaliações são referentes às condições das instalações, à higiene e ao cuidado dos profissionais e equipa técnica dos lares.

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Numa escala de 1 a 5, a média dos parâmetros quantitativos analisados nunca foi menor de 3. Especificamente, e em média, quando questionados sobre as condições das instalações dos lares, os inquiridos deram uma nota de 3,73. Sobre o cuidado dos profissionais, a nota foi 3,72. Relativamente à higiene das instalações, os inquiridos indicaram uma nota de 3,63. A comida dos lares foi avaliada com 3,53 e, por último, com 3,52, surgem os cuidados de saúde prestados pelo lar.

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“Este Índice de Satisfação indica uma realidade que é bastante mais favorável do que se tende a acreditar. É impossível ignorar que existem parâmetros que podem, e devem, ser melhorados, mas, de forma geral, é muito positivo observar que nenhuma das avaliações quantitativas é negativa, de forma geral. As pontuações estão próximas umas das outras, e indicam que o setor do cuidado para os idosos em Portugal está num caminho promissor”, começa por referir Marina Lopes, CEO da Lares Online.

Para o desenvolvimento deste Índice, foram questionados quatro grupos com diferentes relações com os lares avaliados, o que permite retirar importantes conclusões. Os colaboradores dos lares tendem a ser mais críticos em todos os indicadores em análise, em especial relativamente ao cuidado dos profissionais e à qualidade da comida. Já os residentes são os que têm uma perspetiva mais neutra. Sobre aqueles com uma visão mais positiva sobre os parâmetros analisados, são os familiares dos residentes, que destacam, de forma geral, enquanto indicador mais positivo, as condições das instalações e o cuidado dos profissionais – realidade que contrasta diretamente com a perceção dos colaboradores.

“Esta discrepância de percepções mostra claramente que os colaboradores, por estarem diretamente envolvidos nas operações diárias dos lares, e conhecerem os desafios em cuidar de idosos, são mais exigentes, e têm uma visão menos otimista. Os residentes têm uma visão mais equilibrada, mas este tópico levanta alguma complexidade – enquanto que alguns idosos podem achar que estão a ser bem cuidados, outros podem apenas acreditar que o tratamento que estão a receber é justo, que merecem “apenas” determinado cuidado. Este é um ponto que deve ser explorado em futuras investigações, sem dúvida”, acrescenta Marina Lopes, que já fundou e geriu o seu próprio lar, antes de instituir a Lares Online.

Lares ilegais são a fonte da maioria das avaliações negativasCom este Índice, fica clara a diferença de qualidade de soluções residenciais legais e ilegais. Os lares legais, com alvará para funcionar e com regulamento a cumprir, apresentam uma avaliação superior em todos os parâmetros, com especial destaque para a qualidade da comida, para as condições das instalações e ainda para a higiene do lar.
“Sobre este assunto, é importante clarificar que muitos dos inquiridos – talvez até todos – que avaliaram lares ilegais não sabiam que estavam a fazer uma apreciação a uma estrutura ilegítima.

É muito importante que a sociedade esteja alerta sobre este tema. Os lares legais, com alvará, estão melhor preparados para dar resposta à população idosa portuguesa, pois é o dever das entidades competentes garantir que os parâmetros de qualidade são atingidos. Há famílias que são enviesadas e, muitas vezes, em momentos de tormento, optam pela solução mais barata, que lhes parece a melhor naquele momento – as consequências disso podem ser catastróficas”, alerta Marina Lopes.

Para esta avaliação, foi também feita uma análise semântica às apreciações dos inquiridos. Com esta análise, torna-se evidente que existem pontos de melhoria urgente no setor dos lares em Portugal, após relatos críticos.

De acordo com a análise semântica, os cuidados de saúde são o ponto de preocupação mais significativo, com relatos de negligência e maus-tratos. Também a alimentação é um ponto de apreensão, com testemunhos de lares que oferecem refeições de baixa qualidade nutricional e com pouca variedade. No entanto, existem também relatos de agrado relativamente às dietas oferecidas em alguns lares, e respeito pelas restrições alimentares dos idosos.

Relativamente às instalações, há uma disparidade: enquanto que vários inquiridos referem os locais como modernos, bem cuidados, agradáveis e seguros, há outros que alertam para a antiguidade das instalações e a falta de manutenção básica.

No que toca às atividades socioculturais oferecidas, existem relatos de falta de entretenimento e oportunidades de socialização entre os idosos utentes dos lares – ainda assim, são de realçar as declarações relativas à melhoria de bem-estar e felicidade dos idosos que vivem em locais onde existe um leque abrangente de serviços de animação e atividades lúdicas.

O último ponto analisado na avaliação semântica foi o trato e o cuidado do pessoal, índice que que foi frequentemente elogiado, porém existem relatos de atitudes de maus-tratos e ainda de sobrecarga de trabalho dos colaboradores.

Para Marina Lopes, “a experiência geral é positiva, mas a análise qualitativa das avaliações releva uma realidade que não é perfeita, nem ideal. Isto indica-nos que é urgente reforçar as fiscalizações, garantindo o bem-estar dos idosos e um envelhecimento de qualidade e feliz. É inadiável que toda a sociedade esteja consciente da realidade dos lares portugueses, em especial os profissionais que trabalham nesta área, que devem ser formados para garantir uma qualidade de vida de excelência à população idosa. Não podemos falhar nesta matéria.”

Quando lançou o projeto avaliarlares.pt, a Lares Online comprometeu-se a enviar um relatório mensal à Segurança Social com os lares de risco. Dos 34 lares reportados pela Lares Online como de risco, três já tiveram ordem de encerramento.

“Estamos a trabalhar para a criação de um setor mais transparente, de maior qualidade, onde a população idosa seja tratada com o respeito e o cuidado que merece, bem como os próprios colaboradores dos lares, que devem ser reconhecidos como profissionais de mérito. Queremos continuar a mostrar aquilo que de melhor se faz em Portugal, no setor do cuidado para os idosos, e contribuir para que a sociedade perceba que os lares são uma escolha segura”, finaliza Marina Lopes.

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