Coimbra

Em Coimbra, há quem tenha de “arriscar” a vida para vir aos hospitais

António Alves | 5 meses atrás em 24-11-2023

Todos os dias, há quem tenha de “arriscar” a vida para aceder aos hospitais em Coimbra. Tudo porque há quem estacione as viaturas nos passeios da rua Costa Simões e da avenida Afonso Romão, obrigando desta forma os peões a usar a estrada para poderem chegar à entrada da unidade hospitalar. Sobre o famoso silo-auto, tudo não passa de promessas.

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A situação já não é nova, mas piorou com as obras no interior dos Hospitais da Universidade de Coimbra para o Metrobus. Os passeios da Rua Costa Simões (acesso da Circular Interna para a Praceta Carlos Mota Pinto) são um dos locais mais procurados por muitos daqueles que pretendem aceder à unidade hospitalar.

Apesar das campanhas da autarquia a aconselhar à utilização dos transportes públicos ou, até mesmo, uma intervenção mais ativa dos agentes da Polícia Municipal de Coimbra não têm dado resultado. Neste último caso, o estacionamento naquele local pode reduzir ou, até mesmo, acabar com o estacionamento de viaturas devido à presença dos agentes.

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Mas, a partir do momento em que a Polícia Municipal sai do local, tudo volta ao mesmo. Os carros regressam a estes passeios com os seus proprietários e respetivos acompanhantes a serem obrigados a caminhar na estrada.

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Esta sexta-feira, 24 de novembro, a reportagem do Notícias de Coimbra “apanhou” alguns peões a caminhar muito próximo de quem ali circula, nalguns casos com velocidades inapropriadas para a zona, colocando desta forma a sua vida em risco.

Há mesmo relatos de casais com bebés ou crianças de carro a serem obrigados a utilizar a faixa de rodagem para conseguirem chegar à Praceta Mota Pinto.

Outros locais onde se verifica já um conjunto grande de viaturas estacionadas no passeio é a rua Afonso Romão, mais concretamente entre a rotunda de acesso ao Hospital Pediátrico e a rotunda de acesso à avenida Bissaya Barreto.

Apesar da altura dos passeios poder ser dissuasora deste tipo de infração, o que é certo é que há quem arrisque, também, a “saúde” das viaturas. No sentido descendente, entre as rotundas de acesso às consultas externas e do Hospital Pediátrico, há quem decida deixar dois dos quatro pneus da viatura na faixa de rodagem.

Recorde-se que, em abril de 2017, chegou a ser anunciada a construção de um silo-auto com 1.200 lugares numa parceria entre os Hospitais da Universidade de Coimbra e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).

Dois anos depois, o presidente do Conselho de Administração Fernando Regateiro revelou estar em preparação “o processo de lançamento de concurso, embora sem adiantar datas e o valor do investimento”.

Em 2020, e após uma reunião do movimento “Somos Coimbra” com o novo Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o atual presidente da câmara (na altura, vereador da oposição) revelou que este tinha sido abandonado pelos novos responsáveis.

Já como presidente, e numa Assembleia Municipal Extraordinária realizada a 23 de novembro de 2021, José Manuel Silva revelou que a autarquia estava em “conversações” com a Universidade para a construção de um silo auto “à entrada do Polo III”.

Em novembro de 2022, o reitor Amílcar Falcão aproveitou o aniversário da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra para anunciar a construção de um parque silo-auto em terrenos do Polo III. “A promoção, construção e implementação desse parque será feita pela Universidade de Coimbra em terrenos do Polo III da Universidade de Coimbra”, frisou, na altura, o presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

O Notícias de Coimbra já questionou o Município de Coimbra sobre o estacionamento indevido nestas zonas e a Universidade de Coimbra sobre a anunciada construção de um silo-auto em terrenos do Polo III.

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