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Maioria dos consumidores mudou hábitos e está alarmada com crise  

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 12-11-2020

A maioria dos consumidores mudou os seus hábitos (83%) relativos ao mercado de bens tecnológicos e está preocupada com a crise económica (85%) decorrente da pandemia de covid-19, segundo dados da GfK hoje divulgados.

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“A GfK analisou os dados de negócio no mercado global de bens tecnológicos desde o início do ano e constatou que 83% dos consumidores mudaram os seus hábitos de consumo, 78% dos consumidores estão preocupados com a pandemia e 85% com a crise económica”, divulgou, em comunicado, a empresa de estudos de mercado.

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De acordo com a GfK, o aumento do número de refeições em casa levou à necessidade de conservar mais alimentos e, consequentemente, à procura de congeladores, que mais do que duplicou (114%) entre março e abril.

No mesmo sentido a procura por produtos de preparação de alimentos também disparou, destacando-se, nos primeiros nove meses do ano, os ‘robots’ (62%), batedeiras (37%) e liquidificadores (28%).

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Por outro lado, estar em casa “implicou também levar a cabo algumas necessidades básicas de cuidado pessoal”, o que levou, no primeiro semestre, ao crescimento da procura por aparadores de cabelo (121%) e ‘Kits Multi Grooming’ (63%) em Portugal, acima dos valores registados no resto do mundo (59% e 55%, respetivamente).

Durante o período de confinamento, a saúde e o bem-estar estiveram entre as principais prioridades dos consumidores com quase metade da população (49%) a procurar manter-se ativa e saudável.

As telecomunicações foram a área de negócio mais impactada pela pandemia com uma quebra de vendas de 21,5% em Portugal, entre março e maio.

De junho a setembro, registou-se uma “ligeira recuperação” na categoria de eletrónica de consumo em Portugal, impulsionada por equipamentos como televisões (3%) e colunas de som (2%).

Na categoria informática, por seu turno, verificou-se um “crescimento acentuado” das ‘media box’ e ‘media stick’ e também do segmento ‘gaming’.

‘Webcams’ (163%), impressoras (41%) e ratos (38%) tiveram um “forte crescimento” no confinamento e pós-confinamento, o que se justifica com a adoção do regime de teletrabalho.

O mercados de livros, brinquedos, pneus, papelaria, ‘gift boxes’, descanso e ‘gaming’ também foram dos mais impactados, entre janeiro e setembro, sendo que apenas a venda de consolas e acessórios para o ‘gaming’ apresentam valores positivos.

“Depois de oito meses de pandemia, é possível afirmar com certezas que o conceito ‘casa’ assumiu uma nova importância […]. Existe uma janela de oportunidade para as empresas, uma vez que esta adaptação irá evoluir muito a curto prazo, com efeitos que se preveem duradouros”, apontou.

Conforme destacou a GfK, outra consequência da pandemia é a aceleração da transição digital, estimando-se que os investimentos em Portugal e as alterações nos modelos de trabalho correspondam a uma antecipação de 10 anos em termos de digitalização da economia.

Os efeitos no consumidor verificam-se ainda ao nível do recurso a compras ‘online’ em ‘sites’ e a aplicações de entregas, assim como ao serviço de ‘streaming’.

Adicionalmente, a população mais sénior adotou novas tecnologias para poder estar mais perto da família.

“São alterações que requerem uma profunda reflexão sobre a importância da literacia digital. Os próximos meses serão de grandes desafios e também de incerteza. Compreender a evolução do comportamento do consumidor é essencial para que as marcas consigam acompanhar as mudanças, prever tendências e antecipar-se ao mercado”, concluiu.

Para a realização desta análise a empresa utilizou dados recolhidos no âmbito do ‘Consumer pulse’ 2020 e citou números do painel retalhista.

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