Economia

Trabalhadores da hotelaria dizem que direitos estão a ser violados nos serviços essenciais

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 29-01-2021

A pandemia e o estado de emergência em vigor vão originar “problemas sociais irreparáveis” entre trabalhadores dos serviços essenciais cujos direitos alegadamente são violados, alertou hoje o Sindicato de Hotelaria do Centro.

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Com a “discriminação ao nível do respeito pelo exercício de direitos”, essas situações “são muito graves e irão traduzir-se em problemas sociais irreparáveis”, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Centro.

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A organização revela que tem recebido “diversos pedidos de ajuda” de associados que trabalham em serviços hospitalares de alimentação, lavandarias e tratamento e recolha de resíduos, instituições particulares de solidariedade social (IPSS), misericórdias, lares privados e unidades de hospitalização privadas.

Essas pessoas solicitam ao sindicato, com sede em Coimbra, “orientação sobre a forma como podem exercer o direito constitucional de guarda, proteção e defesa dos seus filhos” com idade até aos 12 anos.

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“A todos e todas, as suas empresas e instituições estão a exigir que deixem os filhos em locais alternativos aos estabelecimentos escolares e creches, independentemente de se lhes reconhecer ou não condições para lá acolherem os seus filhos – muitos deles com menos de três anos – ou se são ou não compatíveis em deslocação geográfica ou financeiramente suportáveis ou compatíveis” com as posses dos pais, de acordo com a nota

O sindicato entende que “esta situação é discriminatória, não tem em conta o direito ao exercício da parentalidade e apenas aplica a condição de trabalhadores essenciais nos deveres, recusando o seu reconhecimento” relativamente aos direitos.

“Existem situações em que, pela aplicação desta regra, num casal em que um deles aufira um salário de 1.200 euros, mas não sendo de profissão considerada de serviços essenciais, fica obrigado a ficar em casa e a receber apenas 66% do seu salário, enquanto que o outro aufere apenas 665 euros e por ser trabalhador de serviços essenciais é que vai trabalhar”, explica.

A estrutura sindical quer saber “quem paga a esta família a perda de rendimentos a que fica sujeita” e lembra que a proposta da CGTP de “pagamento a 100%, neste apoio aos pais que tenham de ficar em casa a cuidar dos filhos, é mais que justa”.

“A pressão diária, com a indicação de que irão ter faltas injustificadas caso não vão trabalhar, nalguns casos trabalhadores [e trabalhadoras] de famílias monoparentais, está a deixar em situação muito grave a nível psicológico” esses portugueses, a quem é solicitado “que deixem a proteção e guarda dos seus filhos a instituições e pessoas que nunca com eles mantiveram qualquer contacto”.

O Sindicato de Hotelaria do Centro informa que está a apoiar “todos estes trabalhadores e trabalhadoras (…) para que possam ultrapassar esta grave e discriminatória situação”.

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