Região

Populares criticam prospeção e exploração de minério em Tábua

Notícias de Coimbra | 6 meses atrás em 22-10-2023

O açude do rio Cavalos em Vale de Gaios, no concelho de Tábua, recebeu este sábado 21 de outubro o primeiro encontro do movimento “Não às Minas” contra a prospecção de minério e exploração naquela zona.

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Neste encontro e debate, foi contestada a possibilidade de serem instaladas minas de quartzo e feldspato numa zona que abrange as freguesias de Midões, Póvoa de Midões, Tábua, Candosa e União de freguesias de Vila Nova de Oliveirinha e Covas, totalizando 11% da área do concelho de Tábua.

Os responsáveis do movimento referem, em nota de imprensa, que a iniciativa teve a participação dos cidadãos que “deram o pontapé de partida para este evento”, bem como membros do Ambiente nas Zonas Uraníferas – Associação de Defesa do Ambiente (AZU), Munda, STOP Urânio de Espanha e de mais de uma centena de pessoas.

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“Foram debatidos temas dos danos do minério na nossa zona, trocadas experiências de outras zonas de exploração e captação de minério e acima de tudo clarificar os pareceres positivos existentes e as áreas excluídas”, referem.

A pouca informação que a população tem sobre o tema levou à criação de um grupo de trabalho para a criação de um projeto ativo e participativo que permita obter informações “sobre esta prospeção de minério”. Por outro lado, foi aprovada a participação destes elementos na reunião de câmara do próximo dia 28 de outubro para “serem colocadas questões, obter respostas e acompanhar os trabalhos da mesma”.

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Refira-se que está a decorrer até 10 de novembro uma consulta pública de atribuição de direitos de prospeção e pesquisa de depósitos minerais de quartzo e feldspato em Vale de Gaios, Tábua. Nesse pedido consta um parecer da autarquia de Tábua com a data de 27 de junho de 2022 onde é dito que de acordo com o PDM “não existem áreas de exclusão, nem quaisquer restrições ao direito de prospeção e pesquisa de depósitos de minerais”, apesar de salientar que existem “algumas áreas que importa salvaguardar”.

Paralelamente, está a decorrer uma petição pública a contestar as atividades de mineração no concelho de Tábua. Os mais de 1000 signatários manifestam “grande preocupação e forte oposição às atividades de mineração propostas no projeto designado por Vale de Gaios”.

Dizem que o desenvolvimento da atividade de exploração e extração de minério, desde a fase inicial de prospeção e pesquisa até à fase de mineração, “representam comprovadas e significativas ameaças ambientais, sociais e culturais que superam em muito quaisquer benefícios económicos daí decorrentes”.

Entre os argumentos apresentados, avança-se que a área abrangida é “atravessada pelo Rio Cavalos, bem como diversos outros cursos de águas”, que “possui paisagens singulares de grande beleza, flora e fauna diversificadas e ecossistemas delicados que devem ser protegidos contra danos irreversíveis”, que a extração destes depósitos “é feita com recurso a perfuradoras e explosivos, envolve desmatamento de grandes áreas e tem como consequência a destruição de ecossistemas e contaminação de corpos de água com substâncias tóxicas, incluindo metais pesados e produtos químicos”, que na área “existe grande quantidade de pequenas explorações agrícolas muito importantes para o equilíbrio das finanças de muitas famílias, que auferem baixos rendimentos”, que a zona é “procurada por muitos turistas”, existindo “diversos alojamentos turísticos” dedicados às férias “no meio da natureza em estado “virgem”” e que esta atividade de mineração “liberta poluentes nocivos no ar, colocando em risco a saúde das comunidades próximas”.

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