Plataforma de artistas quer dotação de 25 milhões este ano para apoio às artes

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 04-04-2018

 

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 O Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espetáculo e do Audiovisual (Cena-STE) quer que o Governo faça uma dotação imediata de 25 milhões de euros, no apoio às artes, disse André Albuquerque, desta estrutura.

“Os artistas estão à espera de uma coisa: é que amanhã, o senhor primeiro-ministro, seja quem for, anuncie que vem ao encontro das nossas reivindicações e que vai, no imediato, definir que este ano vamos ter 25 milhões de euros de apoio às artes”, afirmou André Albuquerque.

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O sindicalista falava aos jornalistas, após uma reunião com a classe artística, realizada na terça-feira à noite, depois de conhecidos os resultados provisórios dos apoios quadrienais da Direção-Geral das Artes (DGArtes), e como parte de uma plataforma ampla que junta este sindicato, a estrutura de artistas e criadores Plateia, o Manifesto 1% para a Cultura, a associação para a dança e artes coreográficas Rede, e a Performart, que congrega entidades como os três teatros nacionais — São Carlos, D. Maria II e São João —, as fundações de Serralves e do Centro Cultural de Belém, o Teatro Viriato e o Teatro do Bolhão, entre outras entidades.

Esta plataforma alargada exigiu a revisão do modelo e a “reposição imediata” dos valores de 2009, relativamente aos apoios do Estado às artes, nomeadamente uma dotação orçamental de 25 milhões de euros, já este ano.

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Nesse sentido, foram convocadas várias manifestações, para sexta-feira, ao final da tarde, sob o lema “Apelo pela Cultura”, em Lisboa, Porto, Coimbra, Beja, Funchal e Ponta Delgada – “estas [cidades] para já”, disse.

A sexta-feira, referiu o sindicalista, “é o trampolim para outras ações”, declarando: “Exigimos competência para resolver” a situação, que deixa de fora 39 estruturas teatrais, entre as quais o Teatro Experimental do Porto, e o Experimental de Cascais.

André Albuquerque apelou a que os espetadores participem, e realçou a “unidade da classe” artística, adiantando que, em breve, “todos irão convergir para um texto” cuja redação se irá centrar em duas questões: o serviço público da cultura e a reivindicação de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, “que já é amplamente conhecida”.

O responsável considerou “esgotado” o diálogo com o Ministério da Cultura, e quer uma reunião com o primeiro-ministro, António Costa, “mas para que não aconteça como sucedeu com a Plataforma do Cinema”, que, um ano depois da reunião, “continua tudo exatamente no mesmo ponto”.

“A plataforma exige a revisão do Modelo de Apoio às Artes e respetivos instrumentos de financiamento”, afirmou.

“É de dizer a este Governo que se três anos não bastaram para começar a resolver, pelo menos a sério, os problemas da cultura, então é necessário fazer – no pouco tempo que resta, pelo menos no imediato, no tocante a esta questão dos concursos da DGArtes, e no tempo que resta até à aprovação do próximo Orçamento do Estado – o trabalho todo que ficou por fazer”, afirmou o sindicalista.

Albuquerque afirmou que há que esclarecer que o apoio às artes “é um investimento financeiro, que é urgente, mas é um investimento político, que nem este nem os anteriores governos fizeram”.

Para o sindicalista “este é o momento”. “É agora que é necessário voltarmos aos valores de 2009, com uma ponderação da inflação. Tem de ser já, não pode ser em 2019 ou em 2020”, remetendo a solução para o Governo.

As diferentes organizações afirmaram que, durante o processo de reuniões com o Governo, na preparação do novo modelo, chamaram à atenção os problemas com os quais a classe atualmente se defronta, e até emitiram pareceres, disse Tânia Guerreiro, da Rede.

“Ouviram-nos, mas não nos escutaram a sério, e nós queremos ser escutados”, sentenciou por seu turno André Albuquerque, que reconheceu ter havido “alguma expectativa” da classe no atual Governo.

Questionado pelos jornalistas se não reconhecia méritos no atual modelo de concurso, nomeadamente o facto de 48 estruturas que nunca tiveram apoio o terem conseguido, André Albuquerque respondeu: “Só tenho uma resposta: o apoio a estruturas recentes não pode sacrificar os que têm trabalho sustentado, os mais antigos”.

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