Desporto

Olha o Rali de Portugal que Coimbra deixou abalar para a Figueira da Foz!

Notícias de Coimbra | 2 semanas atrás em 09-05-2024

A primeira classificativa do Rali de Portugal 2024, que decorreu hoje na Figueira da Foz, juntou milhares de aficionados da modalidade, fossem eles profissionais dos automóveis, meros curiosos ou quem segue a competição há dezenas de anos.

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Cerca de hora e meia antes da superespecial urbana começar, já estava no seu posto de trabalho, um estúdio improvisado perto da classificativa, mas longe dos olhares do público, José António Marques, de 52 anos, há quase uma década ‘speaker’ do Rali de Portugal, convidado para a função pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP) desde 2015, no regresso da prova do Mundial de ralis ao norte do país.

Habituado às pistas quase todas e a provas múltiplas, sejam ralis, rampas ou circuitos variados (com exceção da Fórmula 1), José António dinamiza, há 24 anos, uma página de Internet dedicada ao automobilismo – a Sportmotores – o que faz dele um ‘veterano’ da modalidade nos dias que correm.

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“Fazer isto é um espetáculo. Primeiro é um privilégio estar no meio de todo este espetáculo. É um privilégio poder dar voz à organização e poder fazer o que gosto”, disse à agência Lusa o locutor da prova portuguesa do Mundial de ralis (WRC).

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O ‘speaker’ tem acesso aos dados da prova em tempo real – nomeadamente os tempos dos pilotos -, informação “relevante para o público” que complementa com outra da própria história do rali e dos competidores presentes.

“Também falo um bocadinho da história do rali porque aqui na Figueira da Foz, como na maior parte das zonas do Rali de Portugal, está muita gente que não tem um grande ‘background’ de automobilismo e também há uma vertente histórica que, antes de a prova começar, se pode contar”, referiu.

E não se pense que lhe faltam ideias ao longo de cerca de quatro horas: “Neste tipo de trabalho eu gosto de deixar que as pessoas ouçam os automóveis. Apresento a viatura, apresento a equipa, eles arrancam… deixo que façam o barulho todo para as pessoas ouvirem, porque o desporto automóvel é emoção e grande parte da emoção vem do barulho dos automóveis, não é?”.

Até pode ser, mas durante a passagem dos primeiros quatro concorrentes, a partir das 19:05 de hoje, uma aparelhagem sonora debitava música em volume tão alto que abafava os carros, tendo sido alvo dos protestos de centenas de pessoas, pelo menos numa das bancadas (a que ficava junto ao salto), ainda demorando uns minutos para ser desligada, permitindo voltar a ouvir o ‘speaker’.

No final, após cada concorrente terminar a sua prova, José António Marques dá o tempo, “a classificação e o concorrente seguinte e está feito”.

“Assim nunca faltam ideias”, argumentou.

Já Rogério Susano veio de Aveiras de Cima, meia centena de quilómetros a norte de Lisboa, até à Figueira da Foz e não veio só: trouxe a autocaravana – que estacionou a várias centenas de metros da superespecial, com uma grande bandeira da equipa oficial da Toyota visível – e a família, 12 pessoas no total.

“Desde jovem tenho acompanhado sempre o rali. Mas, no princípio, não era nada disto, era um carrinho e um atrelado, e desenrascava na mesma”, frisou Rogério Susano.

Os tempos mudam, a família adquiriu a autocaravana “que dá muito jeito” e passou a ser o filho, Celso, a fazer agora o que o pai fazia, isto é, organizar o carro e o atrelado.

Na rede social Facebook existe um grupo de aficionados intitulado “Doidos por Rally”, mas outro grupo, embora partilhe o mesmo nome, tem o Rali de Portugal como algo que “também” gosta de experienciar, sendo o resto a cerveja e a boa comida.

Rui Batista, 49 anos, designado porta-voz do grupo de 12 amigos da Marinha Grande, na conversa com a Lusa, começa por avisar, com muitas gargalhadas à mistura, que hoje são 12 “mas mais logo serão 24”, ou não fosse a conversa ter tido lugar na esplanada de uma das mais conhecidas cervejarias da Figueira da Foz.

Vestidos a rigor com camisolas que os próprios fazem, são totalistas (dois anos seguidos) da superespecial da Figueira, no meio do público mas recusando as bancadas pagas propostas pela organização.

“Nada de bancada, isso é gastar muito dinheiro, o dinheiro é para a cerveja e para comer. Somos doidos por rali, mas com limites, o rali tem de ser de borla”, observou Rui Batista.

José Luís Sousa, da agência Lusa

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