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Mundo deve preparar-se para proteger os ecossistemas que emergem do gelo que está a desaparecer

Notícias de Coimbra | 9 meses atrás em 18-08-2023

O mundo deve começar a preparar-se para proteger os ecossistemas que emergem do gelo que está a desaparecer, perante o inevitável derretimento dos glaciares causado pelo aquecimento do planeta, alerta um estudo científico hoje divulgado.

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Caso nada seja feito para impedir o aquecimento global, o mundo poderá perder glaciares que totalizam o tamanho da Finlândia até 2100.

No melhor cenário, caso as metas do Acordo de Paris para impedir as alterações climáticas sejam cumpridas, está previsto a diminuição das massas de gelo do tamanho do Nepal, refere um estudo publicado na revista científica Nature.

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A análise de cientistas suíços e franceses aumenta as preocupações com o derretimento dos glaciares e reforça o apelo crescente para intensificar os esforços para proteger o planeta das alterações climáticas.

Na investigação, os cientistas referem que os humanos se desenvolveram para viver com glaciares durante milénios, sendo que o preocupante recuo da cobertura de gelo – atualmente equivalente a 10% da superfície terrestre da Terra – exigirá ações para trava-lo e adaptação quanto ao seu impacto.

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Estas massas de gelo desempenham um papel fundamental no planeta, refletindo a luz solar ou fornecendo água doce para a agricultura, geração de energia e consumo, salienta o coautor do estudo, Jean-Baptiste Bosson, especialista franco-suíço em glaciares do Conselho Nacional de Proteção da Natureza em Annecy, França.

Bosson sublinhou que estão a ser desenvolvido esforços para retardar o recuo dos glaciares, embora não seja decisivo para salvá-los.

“Mas depois dos glaciares [derreterem] nem tudo está perdido. Precisamos de proteger especialmente a natureza que surgirá a seguir, as florestas de amanhã, os grandes lagos de amanhã, os grandes fiordes de amanhã”, apontou.

Este cientista defende que há uma hipótese dos ecossistemas se recuperarem caso tenham o seu “espaço e tempo”.

“[A natureza] encontrará soluções: capturará carbono, purificará a água doce, criará habitats para a biodiversidade”, realçou.

A equipa responsável pelo estudo da Nature analisou cerca de 210.000 glaciares na Terra, sem incluir as gigantescas camadas de gelo da Groenlândia e da Antártica, e descobriu que estas cobriam cerca de 665.000 quilómetros quadrados, aproximadamente o tamanho do Afeganistão, em 2020.

Dependendo dos diferentes cenários, que os especialistas dividem do pior ao melhor caso, o mundo pode perder entre cerca de 149.000 quilómetros quadrados e cerca de 339.000 quilómetros quadrados, até 2100.

Para o professor Ben Marzeion, do Instituto de Geografia da Universidade de Bremen, na Alemanha, que não participou na investigação, este estudo “mostra que há mais coisas” para as quais a humanidade deve estar preparada.

“Também mostra que ainda estamos no processo de descobrir a multiplicidade de impactos que as alterações climáticas terão”, acrescentou Marzeion.

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