Justiça

Ministério Público pede 25 anos de prisão para principais arguidos do homicídio de Jéssica

Notícias de Coimbra | 10 meses atrás em 13-07-2023

O Ministério Público (MP) pediu hoje a pena máxima de 25 anos de prisão para os principais arguidos acusados do homicídio de uma menina de 3 anos em Setúbal, em junho do ano passado.

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Nas alegações finais deste julgamento, que decorrem hoje no Tribunal de Setúbal, o MP pediu 25 anos para a mãe da criança, Inês Sanches, para a suposta ama da menina, Ana Pinto, o seu marido, Justo Montes, e a filha, Esmeralda Montes.

A procuradora defendeu, em relação aos quatro arguidos, a aplicação de uma pena de três anos e dois meses anos de prisão pelo crime de ofensas à integridade física qualificada e outra de 24 anos pelo crime de homicídio, resultando num cúmulo jurídico de 25 anos.

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Ana Pinto, Justo Montes e Esmeralda Montes foram levados a julgamento acusados de outros crimes, como rapto e coação agravada, que o MP deixou cair.

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Quanto ao filho da alegada ama, Eduardo Montes, também arguido neste caso, o MP deixou cair os crimes que constavam do despacho de acusação – violação agravada e tráfico de estupefacientes agravado.

Nas alegações finais, a procuradora do Ministério Público defendeu que o “depoimento dos arguidos não merece credibilidade” e sustentou que Ana Pinto, Justo Montes e Esmeralda Montes “só entregaram a criança à mãe na segunda-feira porque recearam que ela morresse em casa”.

Admitindo que não foi possível apurar qual deles tinha infligidos os maus-tratos à criança, a procuradora considerou que, mesmo que alguns deles não tivessem causado lesões à menina, também não fizeram nada para as impedir.

Relativamente à mãe, o MP considerou que “merece um juízo de censura muito carregado, não existindo qualquer atenuante”, e lembrou que teve várias oportunidades de interceder para acabar com os maus-tratos à filha, mas não o fez.

O caso remonta a junho de 2022, quando Jéssica, de 3 anos, morreu devido aos maus-tratos que lhe foram infligidos durante os vários dias que esteve ao cuidado de uma suposta ama, Ana Pinto.

O despacho de acusação do Ministério Público refere que, durante os cinco dias em que permaneceu na casa de Ana Pinto como garantia de pagamento de uma dívida da mãe, de 200 euros, por alegadas práticas de bruxaria, a menina foi sujeita a vários episódios de maus-tratos violentos e utilizada como correio de droga.

Jéssica só foi devolvida à mãe cerca das 10:00 do dia 20 de junho de 2022, numa altura em que já não reagia a qualquer estímulo.

Os sinais evidentes do seu sofrimento foram ignorados durante várias horas pela própria mãe, facto que a investigação considerou que também poderá ter contribuído para a morte da criança, que ocorreu poucas horas depois no Hospital de São Bernardo, em Setúbal.

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