Desporto

Figueira da Foz: Lei da rolha na gala que premiou árbitros de futebol

Notícias de Coimbra | 10 meses atrás em 02-07-2023

Os árbitros portugueses que hoje participaram na 1ª Gala da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF) não estavam autorizados a falar aos jornalistas à entrada, à exceção de dois, previamente indicados pela organização do evento.

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Em declarações aos jornalistas, José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, assumiu que os árbitros falam quando aquela entidade entende que devem falar e que essa determinação inclui a festa que premiou a arbitragem nacional, hoje realizada no Casino da Figueira da Foz.

“Os árbitros falam quando nós entendemos que devem falar. E quando há uma gestão e uma liderança deste género, somos nós que decidimos os ‘timings’ de cada um deles falar e é apenas por isso”, afirmou o dirigente do Conselho de Arbitragem.

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Questionado pela agência Lusa se essa decisão faz sentido num evento como uma gala que premeia a arbitragem e onde estiveram presentes várias dezenas de árbitros, masculinos e femininos, de todas as categorias do futebol nacional, Fontela Gomes respondeu: “Também faz sentido em tudo aquilo que são momentos em que os árbitros aparecem publicamente, somos nós que decidimos”.

À entrada da sala do Casino Figueira, Artur Soares Dias, o árbitro mais bem classificado da temporada 2022/23, logo indicou não poder falar.

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Já Manuel Oliveira, um dos dois árbitros indicados pela organização da gala da APAF para prestar declarações aos jornalistas, recusou, no entanto, falar sobre outros temas que não os relacionados com o evento, como a eventual divulgação pública das comunicações entre o árbitro e os seus assistentes, durante um jogo de futebol.

“Tinha todo o gosto em responder, mas só estou autorizado em falar da gala”, revelou Manuel Oliveira.

Este ‘guião’, aparentemente, não se aplicou a Nuno Almeida, o outro árbitro da primeira categoria escolhido para falar aos jornalistas, que aceitou responder a questões precisamente relacionadas com declarações no final dos jogos ou a divulgação das comunicações entre os elementos equipa de arbitragem.

Questionado sobre se os árbitros deveriam poder mostrar o seu “ponto de vista” em determinadas alturas, Nuno Almeida considerou o assunto “pertinente” e uma pergunta “que não tem uma resposta de ‘sim’ e ‘não’”.

“Penso que o ‘frisson’ que referiu não iria, de todo, acalmar. E, como costumo dizer, não é o facto de falarmos ou justificarmos, que vai fazer com que o penálti seja mais vezes acertado ou menos vezes acertado. Por isso, tenho algumas dúvidas de que seja um fator positivo, de qualquer das maneiras, penso que o Conselho de Arbitragem estará aberto a tudo o que seja para bem da arbitragem”, argumentou Nuno Almeida.

Sobre a divulgação pública da comunicação entre árbitros, o árbitro da Associação do Algarve considerou que “se essa comunicação pública for para bem do futebol, para a verdade ser, para o público, mais transparente, é muito bem-vinda”.

Sobre os mesmos temas, o presidente da APAF, Luciano Gonçalves, defendeu que a arbitragem pense numa “comunicação assertiva”, com “cabeça, tronco e membros” e não só para justificar o que sucedeu em determinado jogo de futebol.

“Temos de melhorar a nossa comunicação, mas não pode ser só porque sim. Não podemos comunicar só para justificarmos o que quer que seja. […] Virmos falar após um jogo, só porque supostamente houve um erro num jogo que envolva os três ‘grandes’, isso não faz sentido. Isso não estamos a contribuir em nada para aquilo que é a positividade que queremos no futebol, só estamos a criar mais alarido ainda”, justificou Luciano Gonçalves.

Sobre a 1ª gala da associação a que preside e que premiou mais de uma centena de árbitros e árbitros assistentes de futebol, futsal e futebol de praia e ainda observadores de arbitragem, Luciano Gonçalves disse que momentos como o de hoje “são precisos para valorizar aquilo que é feito na arbitragem”.

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