Saúde
Diz que “há falta de bom senso” nas regras de testagem para eventos
O presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos (APECATE) diz que há “falta de bom senso” nas regras publicadas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) para a testagem em eventos a alertou para “danos colaterais”.
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Em declarações à Lusa, a propósito do congresso da associação, marcado para os dias 21 e 22 de junho, António Marques Vidal esclarece que a entidade não está contra “uma medida que visa aumentar a segurança”, mas alertou que “é muito diferente fazer testes para um casamento e para um concerto” e para um evento corporativo.
“Os contextos são diferentes, as maneiras de interagir são diferentes, a probabilidade de risco é diferente e depois chegamos aos custos. Quem é que vai pagar”, questiona.
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“Estas coisas não podem ser decididas assim, sem pensar qual o aumento de segurança e qual é a consequência. Há falta de bom senso”, critica.
Além disso, alerta, “daqui a 15 dias se Portugal cumprir a diretiva europeia, quem já está vacinado não precisa de fazer teste. Como é que isto não foi previsto nesta lei”, lamenta.
António Marques Vidal fala ainda em “danos colaterais”, referindo que “todo este ‘bruaá’ já levou a que muitas empresas, por medo, cancelassem”.
O líder da APECATE adianta que o Congresso da associação ainda não tem a ‘luz verde’ final da DGS.
“Estamos a quatro dias do evento e a entidade que tem lá os planos há mais de 15 dias ainda não autorizou”, assegura.
“Só falta a aprovação final das regras de implementação para o ‘evento teste’ porque a DGS fez várias reuniões connosco, mas a partir de certa altura não dizem nada”, refere.
“Compreendemos a situação, compreendemos que eles tenham um excesso de trabalho, que tenham muito poucos recursos, mas eles têm que cumprir, porque não se mudam regras a quatro dias do evento. A questão é exatamente essa: se elas vierem aprovadas tudo bem, mas se de repente mudarem alguma coisa não há capacidade para mudar”, alerta.
“É inadmissível o Estado comportar-se assim, tem obrigação de dizer sim ou não”, reforça. “Mas não dizer nada é gravíssimo”, remata o presidente da APECATE.
Quanto aos temas em debate no Congresso, António Marques Vidal diz que o objetivo é “partilhar ideias, sugerir soluções” sendo que “depois cabe a quem tem a responsabilidade da gestão decidir”.
“A nossa ideia é criar consensos. Algo que continue a ser imposto leva a maus resultados”, assegura.
O Congresso, programado para ser um “evento teste”, decorrerá nos dias 21 e 22 de junho Hotel MH Atlântico, em Peniche.
A DGS publicou esta terça-feira as normas aplicáveis aos eventos, sendo que “sempre que o número de participantes/espectadores seja superior a 1.000, em ambiente aberto, ou superior a 500, em ambiente fechado”, exigindo a testagem nestes casos.
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