Coimbra

Coimbra vai “contar a história do 25 de Abril para além do que muita gente já sabe”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 11-04-2022

Um projeto ligado aos acontecimentos do 25 de Abril em Coimbra, composto por uma visita guiada com suporte de documentos históricos, quer revisitar histórias e locais emblemáticos da revolução de 1974 na cidade, anunciaram hoje os promotores.

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Promovida pelo Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra (UC) e pela recém-criada cooperativa Rebobinar, a iniciativa integra uma visita guiada pedonal com cerca de duas horas e meia de duração, em cinco dias diferentes (entre 24 de abril e 01 de maio), gratuitas, mas limitadas a 30 participantes cada.

“Queremos contar a história através de histórias, de uma maneira menos convencional e menos académica. O objetivo é contar a história do 25 de Abril para além do que muita gente já sabe”, disse hoje à agência Lusa Pierre Marie, um dos dois guias da visita guiada.

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Aos 33 anos e a residir em Coimbra há cerca de uma década, onde chegou no âmbito de uma tese de doutoramento em História Contemporânea, o investigador do Centro de Estudos Sociais da UC lançou, no início do ano, com Eduardo Albuquerque, o outro guia das visitas, a cooperativa Rebobinar.

Sobre a ideia das visitas guiadas, Pierre Marie contou que começou por conhecer a História do país e, depois, interessou-se “pelo processo revolucionário” do 25 de Abril de 1974 “em Portugal e mais especificamente em Coimbra”.

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Sem pretender revelar “as surpresas” que o projeto pretende mostrar aos interessados nas visitas, Pierre Marie contou que o percurso tem início na Rua Antero de Quental, na encosta norte sobranceira à Praça da República, junto ao monumento ao 25 de Abril ali existente e ao lado do edifício que foi sede da polícia política PIDE/DGS.

“Depois, o percurso continua no sentido da descida, até à baixa [da cidade], passando por um conjunto de pontos. E vamos usar os espaços e os monumentos para contar a história deste processo revolucionário em Coimbra”, explicou.

O percurso pedonal recorre também a temas: “Usar o caso de uma casa que foi ocupada para falar das ocupações em Coimbra. Ou entrar na antiga Coimbra industrial para falar dos movimentos de trabalhadores. E não vamos só falar do edifício que está à nossa frente, vamos usar documentos, fotografias e som para o tema em cada um dos pontos [de paragem]”, revelou Pierre Marie.

Já Eduardo Albuquerque, nascido nos arredores de Coimbra, licenciado em História de Arte, arquivista do Centro de Documentação 25 de Abril da UC e mestre em Multimédia, Sociedade de Informação e Património Europeu, aplicou os conhecimentos adquirido no mestrado, nomeadamente o “uso das novas tecnologias para a divulgação cultural”, às visitas guiadas.

“Sem levantar muito o véu, vamos falar sobre o cerco que aconteceu à sede da PIDE logo a seguir ao 25 de Abril, de como foram os protestos e a sua envolvência, de as pessoas arrancarem a placa da PIDE/DGS, porque na altura já não era PIDE, era DGS – Direção Geral de Segurança, ou de como os soldados tiveram de retirar os agentes” do edifício, localizado no n.º 125 da Rua Antero de Quental.

“Vamos também falar da primeira grande manifestação em Coimbra dos trabalhadores, no 1.º de Maio, que aconteceu uns dias depois desta concentração na Rua Antero de Quental”, acrescentou.

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