Coimbra

Coimbra: Técnicos de reinserção e serviços prisionais exigem segurança e revisão de carreiras

Notícias de Coimbra | 2 semanas atrás em 07-05-2024

Cerca de duas dezenas de técnicos de reinserção e serviços prisionais manifestaram-se hoje, em Coimbra, para exigir segurança no trabalho, a revisão das carreiras e o fim dos horários de oito horas de trabalho diário sem hora de almoço.

PUBLICIDADE

A concentração de técnicos de reinserção e serviços prisionais começou a formar-se ao início da tarde em frente ao Centro Educativo dos Olivais, na cidade de Coimbra, onde há cerca de um mês uma técnica foi agredida por um dos jovens internados.

Empunhando uma lona a pedir a revisão das carreiras e vestindo t-shirts negras onde se podia ler “justiça a quem nela trabalha”, os trabalhadores denunciaram que, em 28 anos de carreira, houve “zero progressão” e que há “13 jovens para um monitor”.

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE

publicidade

De acordo com o presidente do Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (SinDGRSP), Miguel Gonçalves, a manifestação desta tarde pretende exigir a revisão das carreiras.

PUBLICIDADE

O sindicalista acusou a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais de colocar “todo o tipo de trabalhadores da carreira geral” a fazer relatórios para os tribunais, que depois pedem segundos relatórios aos técnicos de facto.

E exemplificou com um caso que se terá passado no Tribunal de Execução de Penas (TEP) do Porto, que solicitou um segundo relatório a um técnico de reinserção e serviços prisionais, depois de um primeiro ter sido elaborado por um profissional sem habilitações adequadas.

“Temos documentos connosco que já remetemos para tribunal, para que possa, de alguma forma, ser explicada esta ilegalidade”, acrescentou.

Para além da revisão das carreiras, os técnicos de reinserção e serviços prisionais exigem também segurança no trabalho, depois de duas técnicas serem agredidas, uma no Porto e a última no Centro Educativo dos Olivais, em Coimbra.

Segundo Miguel Gonçalves, nestes dois casos, “a Direção-Geral obriga as técnicas a conviverem com os agressores”, em vez de estes serem transferidos para evitar novas agressões.

“A colega [do Centro Educativo dos Olivais] apresentou queixa, inclusive em tribunal, no Ministério Público, e a Direção-Geral obriga-a a vir. Por acaso tem acontecido só com mulheres, as colegas a trabalhar com os agressores, o que é para nós impensável”, indicou.

Aos jornalistas, o presidente do sindicato sublinhou ainda que a revisão da carreira “estava prometida para este ano” com o anterior governo, no entanto, depois de uma primeira reunião com a nova ministrada da tutela “nada ficou decidido”.

“Temos nova reunião agendada para dia 19 de junho, mas não há nada de concreto até ao momento e vamos continuar com as nossas reivindicações. Podemos já anunciar que vamos para um processo de greve já ao final do mês de maio”, informou.

O Centro Educativo dos Olivais conta atualmente com 34 jovens do sexo masculino, com idades entre os 13 e os 20 anos: oito em regime fechado, 13 em unidade de progressão, 11 em unidade de acolhimento e dois em unidade especial.

“Na maior parte do tempo, neste centro educativo trabalhamos sozinhos com 12 ou 13 jovens e com um elemento de uma equipa de segurança. As turmas são divididas, temos quatro ou cinco turmas, mas como não há técnicos suficientes, metem seguranças, o que não é aceitável: no mínimo tinham de estar dois técnicos”, denunciou um dos técnicos de reinserção do Centro Educativo dos Olivais.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE