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Biblioteca Nacional dedica exposição a Fernando Namora no seu centenário

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 25-06-2019

O centenário do nascimento do escritor Fernando Namora (1919–1989) vai ser evocado pela Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) com uma exposição intitulada “O escritor não tem poder nenhum”, que abre ao público na quinta-feira.

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Em exposição vão estar primeiras edições das principais obras originais e traduzidas do autor de “Retalhos da Vida de um Médico” (1949), bem como fotografias de Fernando Namora em diversas fases da vida, o manuscrito de “O Crime do Desespero” e um dos dois únicos exemplares existentes de “Cadernos da Juventude” (1937), informou hoje a BNP.

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Formado em Medicina pala Universidade de Coimbra, Fernando Gonçalves Namora cedo abandonou a prática médica, tendo trabalhado por pouco tempo numa empresa de produtos farmacêuticos.

Tornou-se escritor ainda muito jovem, pelo menos desde os 16 anos, e versou todos os géneros literários, desde o ensaio ao conto, passando pela poesia, pelo romance, pela crónica e pelo registo memorialista.

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Ambicionou, projetou e conseguiu viver da escrita como nenhum outro autor português do século XX, tendo publicado centenas de títulos, muitos reeditados e traduzidos em diversos idiomas, tornando-se num dos escritores portugueses mais prolíficos e traduzidos, sublinha a BNP em comunicado.

Além de escritor, foi também ilustrador, sobretudo na sua fase juvenil, e associou-se, ainda jovem, à corrente neorrealista, começando por colaborar em múltiplos jornais, alguns dos quais fundou ou ajudou a fundar.

Deve-se a Fernando Namora a preparação da primeira coletânea de textos de índole neorrealista, “Cadernos da Juventude”, em 1937, cuja tiragem “desapareceu na voragem do auto-de-fé a que foi condenada” e mais tarde proferiu, em forma de conferência na Academia das Ciências, a leitura crítica do movimento, publicada em separata com o título de “Esboço Histórico do Neorrealismo”, em 1961, segundo informação disponível no site da BNP.

Autor de um romance autobiográfico da geração coimbrã a que pertenceu, “Fogo na Noite Escura”, em 1943, Fernando Namora publicou em 1938 o seu primeiro livro, “As Sete Partidas do Mundo”, que lhe valeu o Prémio Almeida Garrett, no mesmo ano em que se lhe atribuiu o Prémio António Augusto Gonçalves, de artes plásticas.

Seguiram-se títulos como “Casa da Malta”, “Minas de San Francisco”, “A Noite e a Madrugada”, “O Trigo e o Joio”, “O Homem Disfarçado”, “Cidade Solitária”, “Domingo à Tarde” e “O Rio Triste”.

Algumas das suas obras mais marcantes foram adaptadas a cinema e a televisão, nas décadas de 1960 e de 1980, como “Retalhos da Vida de Um Médico” e “Domingo à Tarde”.

A mostra fica patente de 27 de junho até 30 de agosto, podendo ser visitada gratuitamente, de segunda a sábado.

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