Coimbra

Ana Bastos: a engenheira ou a vereadora?

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 07-03-2022

A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) aprovou, na sua reunião de hoje, uma proposta de protocolo de colaboração a estabelecer com a Metro Mondego relativamente ao arranjo urbanístico da Via Central. Para além de outras intervenções pontuais de menor escala, está prevista “a demolição do corpo tardoz do edifício conhecido como Casa Aninhas”, uma nova fachada do restante edifício, bem como “obras de urbanização no espaço público”. O protocolo foi aprovado mas com a abstenção da oposição em peso. Em causa esteve o facto da informação técnica ser assinada pela vereadora Ana Bastos, que também foi eleita como representante do município na Assembleia Geral da Metro Mondego, S.A.

PUBLICIDADE

A informação analisada na reunião de hoje do executivo municipal, da autoria da vereadora Ana Bastos, que tem competências delegadas na área das infraestruturas, espaços públicos, transportes, mobilidade, edifícios e equipamentos municipais, assinala que este protocolo tem em vista “retomar a solução aprovada em 2010, ou seja, a demolição do tardoz da Casa Aninhas”. Nesse sentido, a CM Coimbra “cede graciosamente o edifício à Metro Mondego para demolição, mantendo a dominialidade da parcela do terreno”, ficando estabelecido que “a libertação do edifício deverá ocorrer até julho de 2022”, salienta também a autarca.

Já a Metro Mondego (MM) “assume os custos da demolição e do projeto de requalificação da fachada em articulação com o reordenamento da praça, associada ao cais da estação”, ficando ainda “sob a responsabilidade da MM a construção do remate posterior do alçado posterior da Casa Aninhas”, evidencia.

PUBLICIDADE

Sobre o projeto de execução da Linha do Hospital, aprovado em fevereiro de 2021 – no qual foi decidido não demolir o tardoz da Casa Aninhas, optando-se por uma solução de ligação pedonal por recurso a um vazamento ao nível do rés-do-chão -, a vereadora Ana Bastos classifica como uma “solução de recurso, embora merecendo a concordância do dono da obra, Infraestrutura de Portugal”, que foi “sempre assumida como uma debilidade e deficiência do sistema, já que seria potenciadora de criação de um canal de circulação pedonal exíguo, fechado, com tendenciais problemas de salubridade e portanto pouco atrativo”. Por essa razão, e “em total articulação” entre a CM Coimbra e a Metro Mondego, “foi decidido repensar e reanalisar esta solução”, atendendo a que não se considera aceitável que seja a própria autarquia a contribuir para a criação de uma desconformidade de projeto, “com impactes em termos de segurança pessoal e rodoviária, ou a impedir a reabilitação e requalificação daquela praça”, salienta a vereadora.

Na informação endereçada ao executivo municipal, Ana Bastos evidencia ainda que a solução aprovada “envolve, para além de problemas de segurança, visibilidade e salubridade, na ótica do peão, sérios riscos de embate dos veículos (designadamente com os espelhos) no edifício, uma vez que o pilar/parede se situar à face do lancil, o que justifica uma ligeira redução pontual da largura da faixa de rodagem”.

PUBLICIDADE

publicidade

Os vereadores do Partido Socialista(PS) e Francisco Queirós, da CDU, abstiveram-se da votação. A socialista Regina Bento declarou que a proposta “não está devidamente fundamentada com o suporte técnico dos serviços”. Isto porque a informação é da autoria da vereadora Ana Bastos. 

A vereadora eleita pelo Juntos Somos Coimbra esclareceu que o que está em causa é “uma decisão política” e que a estação do Metrobus na 8 de maio será uma das mais importantes do trajeto, o que levou o PS a considerar que, assim sendo, fica a faltar um parecer técnico. “Não vejo qualquer problema em fazer a informação [técnica], sou engenheira e tenho as cotas em dia”, retorquiu ainda a autarca. 

Já José Manuel Silva encerrou a discussão dizendo que se regozija pela criação “de uma praça decente e digna Junto à Câmara Municipal ao contrário do que estava previsto”. 

Ainda nesta reunião do executivo foi aprovado que a vereadora Ana Bastos será a representante do município na Assembleia Geral da Metro Mondego, S.A.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE