Portugal

Ana acredita que este Papa vem “rebentar com isto tudo”

Notícias de Coimbra com Lusa | 10 meses atrás em 03-08-2023

Francisca Coutinho, de 26 anos, afastou-se da Igreja quando percebeu que por ser mulher não podia ser padre, mas hoje está em Cascais com o Papa, a quem reconhece um papel revolucionário na instituição.

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“Reconheço o papel ativo desta figura que está a revolucionar este mundo antigo”, disse a jovem artista, que participou num mural pintado no interior da Scholas Occurrentes Portugal, a sede portuguesa da instituição criada em 2001 pelo então arcebispo de Buenos Aires e que o Papa Francisco visita hoje.

Acompanhada de Margarida, irmã gémea e também artista, Francisca preparava-se hoje de manhã para entrar na sede da Scholas Portugal, instalada no centro histórico de Cascais desde 2019, para participar na inauguração do mural que ajudou a pintar, que ocupa o teto e as quatro paredes do interior da antiga escola Conde Ferreira.

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Criada na religião católica, Francisca sonhava ser padre, mas sentiu-se rejeitada quando percebeu que por ser mulher não podia cumprir esse sonho.

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Mais tarde, concluiu que a Igreja em que tinha crescido era “uma instituição patriarcal e homofóbica”, que a excluía, tanto por ser mulher, como por ser homossexual.

Apesar disso, Francisca admite que Francisco a atrai e reconhece que ter participado num projeto da instituição que o Papa criou a fez reaproximar-se da Igreja que ele lidera.

“Acredito na paz e no amor e acredito que esta pessoa também vem desse lugar. (…) Gostava que a Igreja fosse só uma mensagem de amor e este Papa está a trazer de volta essa mensagem”, disse.

A ideia é partilhada por Ana, 20 anos, membro da Scholas Portugal, que acredita que este Papa vem “rebentar com isto tudo”.

“É um papa revolucionário, muito aberto, muito inclusivo”, afirmou a jovem, lembrando que Francisco foi o primeiro a dizer “para deixarem os homossexuais em paz”, que teve a coragem de falar dos abusos sexuais na Igreja e que tem uma mensagem capaz de mobilizar os jovens.

Mas não só os jovens se sentem mobilizados pelas palavras do Papa. António Silva, 73 anos, aguardava hoje a chegada de Francisco a Cascais e sublinhava que nas suas intervenções, na quarta-feira em Lisboa, o Papa demonstrou ter uma “mente muito aberta”.

“Reconhece que a Igreja é pecadora e aceita os pecadores na Igreja”, disse.

No primeiro lugar frente à escola, à espera para ver o Papa, a irmã Natália Soares destacou, dos discursos de Francisco, a mensagem de que a Igreja “inclui todos e ninguém pode ficar de fora, nem raças, nem modos de vida”.

E resumiu: “O que me ficou mais foi a palavra ‘todos’”.

Francisco chegou na quarta-feira a Portugal e fica até domingo, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para esta JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica.

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