Coimbra

Alunos do D. Maria queixam-se de colega “que toca as colegas nos seios e nas nádegas”

António Alves | 10 meses atrás em 28-03-2024

Imagem: Paulo Novais/Lusa

O grupo “Alunos da Escola Secundária Infanta D. Maria”, em Coimbra, enviaram um mail para o Notícias de Coimbra onde acusam um estudante com deficiência que, nos últimos meses, tem tocado algumas colegas “nos seios e nas nádegas”. Uma delas terá sido mesmo transportada ao hospital por suspeitas de fratura na zona torácica.

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Na mensagem, estes alunos referem que estes factos têm sido reportados à direção da escola e que, num desses momentos, “a diretora não tomou nenhuma medida e decidiu abafar este acontecimento”.

“Quando a turma deste aluno se foi queixar à diretora devido ao facto das aulas com crianças com necessidades especiais serem complicadas de dar devido aos ataques e à falta de um professor de educação especial para o controlar e ajudar. A diretora, em vez de os compreender e ajudar, disse-lhes que se alguém fizesse alguma coisa ela chamaria a polícia”, referem na mensagem.

Perante a situação descrita, os alunos mostram-se descontentes com o facto da diretora continuar no cargo, exigindo “mudanças” na direção da escola.

Questionada pelo Notícias de Coimbra, a diretora Cristina Ferrão recorda que “a inclusão dos alunos, independentemente do tipo de medidas de suporte à aprendizagem que usufruam, passou a ser uma prerrogativa” previsto no Decreto Lei n.º 54/2018.

Como tal, “os alunos são incluídos numa turma e têm as mesmas disciplinas que os restantes, fazendo-se as necessárias adaptações”.

Sobre o estudante em causa, confirma que ele sofre de autismo “e usufrui de medidas adicionais”. “Tem 16 anos e, fisicamente, é um homem (deve ter cerca de 1,80 m e cerca de 80 kg de peso)”, frisa.

Apesar “dos parcos recursos que a escola possui, este aluno é acompanhado, em sala de aula, por um docente de Educação Especial e, fora dela, por um assistente operacional”. “Ou seja, o aluno está sempre acompanhado”, refere.

Só que as “estereotipias” do aluno, “ora mais acentuadas ora menos acentuadas”, levam a que por vezes consiga “ser mais rápido que os seus acompanhantes (docente e não docente), aproximando-se das jovens”. “Rapidamente é admoestado e o caso reportado à sua encarregada de educação”, diz Cristina Ferrão.

Sobre a suposta agressão a uma aluna, a diretora confirma que “acertou” numa jovem e que, por precaução, foi levada ao hospital. “Mas não fraturou nada, contrariamente ao que é referido”, afirma.

A diretora da Escola Secundária Dona Maria disse ainda que já falou com a turma “por várias vezes”, mas os colegas não o “desejam na sala de aula e que tudo fazem para o excluir, mostrando saturação e pouco espírito de solidariedade…”.

“Toda esta situação já foi reportada superiormente e tem havido, por parte da escola e da encarregada de educação, uma preocupação em acompanhar e alterar esses comportamentos. O aluno é menor e tem de cumprir a escolaridade obrigatória e esta é a sua escola, uma escola que tem vindo a mudar, pois está aberta a todos os alunos”, recorda.

Sobre a contestação e exigência de mudanças na direção da escola, a diretora não quis comentar.

Lembre-se que, no último mês, a Escola Secundária Dona Maria foi notícia quando um funcionário foi apanhado num vídeo gravado pelos alunos a vasculhar as suas mochilas “para encontrar dinheiro”.

A situação ocorria durante o período em que os estudantes se encontravam a ter aulas no ginásio do estabelecimento de ensino. Após a divulgação do vídeo, a direção da escola informou que estava a tomar, em conjunto com o município, “as diligências necessárias”, vindo mais tarde a saber-se que o funcionário foi suspenso e viu ser-lhe levantado um procedimento disciplinar.

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