Coimbra

Zero apela a cabeças de lista para defenderem clima das suas “terras natais”

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 05-05-2019

A associação Zero apelou hoje aos cabeças de lista às eleições europeias para defenderem o clima das suas “terras natais”, apresentando um roteiro de Macau a Famalicão, passando por Santiago do Cacém, Lisboa, Montijo, Coimbra, Gaia e Amarante.

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“Estamos em emergência climática”, sublinha a Zero em comunicado, onde apela aos partidos políticos às eleições de 26 de maio para “colocarem o tema das alterações climáticas como prioridade de ação durante a campanha eleitoral e, se forem eleitos, no seu trabalho como futuros deputados do Parlamento Europeu, para os próximos cinco anos”.

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A Zero propõe um roteiro pelas cidades e regiões de proveniência dos cabeças de lista dos principais partidos políticos, identificando os impactos das alterações climáticas que já se fazem sentir e que se irão agravar se nada por feito.

Começando por Paulo Sande, do Partido Aliança, natural de Macau, a Zero lembra que este território tem sido afetado por eventos extremos cada vez mais frequentes, como furacões e tempestades tropicais originados pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico.

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Segue-se Francisco Guerreiro, do Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), natural de Santiago do Cacém, uma das zonas lagunares mais importantes do país e que abriga uma grande variedade de fauna e flora, que se encontra sob ameaça da erosão costeira e o aumento do nível médio das águas do mar.

“Um outro aspeto relevante deste concelho é a proximidade da central a carvão de Sines, a instalação com maiores emissões de gases de efeito de estufa em Portugal e que requer um encerramento urgente com substituição da sua produção por eletricidade a partir de fontes renováveis”, refere.

Segue-se o Montijo, terra natal de Pedro Marques, do PS, que se insere numa área suscetível para a ocorrência de inundações e cheias tal como sucedeu em 2014: “ano após ano, a bacia hidrográfica do Tejo está a ser particularmente afetada por secas severas, e até extremas, devido às alterações climáticas”.

“O Montijo também tem estado no centro da discussão sobre o projeto de implantação do novo aeroporto sendo a aviação o modo de transporte que apresenta o aumento mais significativo de emissões de gases com efeito de estufa”, sinaliza.

O roteiro da associação ambientalista segue para Lisboa, de onde são naturais João Ferreira, da Coligação Democrática Unitária (CDU), e Rui Tavares, do Partido Livre, onde “já se fazem sentir fenómenos meteorológicos que estão relacionados com as alterações climáticas, como temperaturas elevadas, ventos fortes, precipitação intensa, ondas de frio e de calor”.

Sobre Coimbra, terra natal de Marisa Matias, do BE, a associação lembra que foi o distrito do país mais afetado pelos incêndios florestais de 2017, em termos de área ardida, estando a aumenta a frequência e a gravidade dos fogos.

Mais a norte, Vila Nova de Gaia, cidade de onde é Paulo Rangel, do PSD, é um dos concelhos com maior número de praias de qualidade, embora toda a zona litoral de Gaia seja afetada pela erosão que se agrava todos os anos, como são exemplo as praias da Granja e Valadares.

Segue-se António Marinho e Pinto, do Partido Democrático Republicano (PDR), natural de Amarante, cidade a jusante da chamada “Cascata do Tâmega”, um conjunto de cinco barragens com significativos impactes ambientais e onde a redução da precipitação irá afetar a sua produtividade e pôr em causa a sua razão de existir.

“Todas as barragens estão em fase de construção, à exceção de Fridão cujo projeto foi recentemente cancelado pelo Governo. […]Amarante está também exposta ao risco de cheias e inundações sobretudo nos meses de Inverno, como aconteceu em 2016”, acrescenta.

Finalmente, Nuno Melo, do CDS, natural de Vila Nova de Famalicão, inserida na região do Ave, que devido à perda da floresta autóctone, aliada ao cenário de mudanças climáticas, “poderá conduzir a um aumento significativo do risco de incêndio, prolongamento da época de incêndios, bem como aumento da sua dimensão e gravidade nas próximas décadas, com impacto também ao nível da erosão dos solos e perda de produtividade dos solos”.

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