Coimbra

Volta a Portugal: O ‘landismo’ como inspiração para Joni Brandão

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 02-10-2020

Joni Brandão (Efapel) mostrou-se disponível para criar o ‘jonismo’, uma corrente inspirada no ‘landismo’ da sua referência Mikel Landa, o ciclista espanhol com quem se identifica pela atitude que ambos têm na estrada.

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Joni Brandão. (FPC DR)

Na manhã de quinta-feira, Brandão publicou, numa ‘story’ na rede social Instagram, uma fotografia sua acompanhada do ‘hashtag’ #landismo. Desafiado pela agência Lusa a comentar a sua publicação, o líder da Efapel começou por explicar que o fez mais por “uma questão de brincadeira”.

“Os meus colegas é que dizem que sou o Landa português. Tenho a minha maneira de correr, a minha maneira de ser, e, se calhar, somos um bocado parecidos”, salientou à Lusa, identificando-se, sobretudo, com a insatisfação permanente do espanhol e com a sua “maneira de atacar”.

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“Muitas vezes, atacamos de sítios em que ninguém está à espera, para tentar fazer a diferença. Nem sempre corre bem, mas temos um estilo muito parecido”, considerou o vencedor da etapa de quinta-feira, que terminou no alto da Torre.

Os companheiros de equipa não foram os únicos a encontrar semelhanças entre o ciclista de Travanca e o basco, quarto classificado da última Volta a França e também em 2017 – e a idade é mesmo a mais evidente, com ambos a cumprirem 31 anos até ao fim do ano -, uma vez que, nos últimos dias, as redes sociais têm ‘fervilhado’ de menções, memes ou comparações entre Landa e Brandão.

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“Já tinha visto nas redes sociais as comparações, mas os meus colegas é que estão sempre com isso. Já vem de outros anos, não é só deste. Já falavam disso, do ‘landismo’, e eu decidi brincar com essa situação agora”, explicou à Lusa.

Para quem não sabe, o ‘landismo’ é uma espécie de religião, uma corrente entre os adeptos da modalidade que acreditam que Mikel Landa é um ‘Deus’ no ciclismo, um espírito livre e indomável, sem medo de atacar, ainda que o faça sem respeitar ordens dos seus diretores desportivos ou a hierarquia das equipas por onde passou – são memoráveis algumas imagens suas a retirar o auricular para não ouvir as indicações dos chefes, quase sempre a pedirem-lhe para parar e esperar pelo líder.

O basco da Bahrain-McLaren, que já passou por Movistar, Sky, Astana e Euskaltel-Euskadi, é (re)conhecido por nunca desistir, ser inconformado e tentar sempre chegar à vitória, embora o melhor que tenha conseguido até hoje sejam os quartos lugares no Tour e o terceiro lugar no Giro em 2015, dois anos antes de conquistar a camisola da montanha na prova italiana, onde também venceu três etapas (o seu palmarés conta ainda com um triunfo numa tirada da Vuelta).

Instado a comentar se poderia adaptar o ‘landismo’ à sua realidade, criando uma corrente batizada de ‘jonismo’, Brandão riu-se e atirou: “Pode ser, também não há problema”.

Depois de ganhar na Torre, naquele que foi o seu primeiro triunfo em tantos anos na Volta a Portugal, o três vezes vice-campeão da maior prova velocipédica nacional (2019, 2018 e 2015) prometeu que tanto ele como a Efapel não vão entregar a corrida à W52-FC Porto.

“Temos a nossa maneira de correr, e vamos continuar com ela, não vamos desistir do que temos planeado. Temos algum tempo de atraso, é significativo, mas nada está perdido”, vincou o ciclista que, na sua apresentação na rede social Facebook, se diz “amado por muitos e odiado por outros tantos.

Ana Marques Gonçalves, da agência Lusa

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