Depois do silêncio, uma nova esperança começa a ecoar no coração da Baixa de Coimbra. Há seis dias nasceu uma campanha que promete reacender um dos espaços culturais mais icónicos da cidade: o Coola Boola CoLAB. Mais do que um bar, foi uma casa, um palco, uma loja, uma ideia viva. Agora, é também símbolo de resistência e memória coletiva.
Lançada com a meta inicial de 12 mil euros, a campanha “Amigos do Coola Boola” visa ajudar o casal fundador, Pedro e Cátia, a pagar dívidas urgentes e a sonhar novamente. Às 10:40 desta segunda-feira, dia 28, já tinham sido angariados 707 euros através de 16 doações, sinal de que a cidade — e não só — quer ver o Coola Boola renascer.
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Desde 2019, o espaço transformou um edifício histórico da Praça do Comércio num ecossistema criativo: bar, loja vintage, estúdio de tatuagens, barbearia, gastrobar com rooftop, palco de concertos e laboratório de ideias. Ali, Coimbra dançou, criou, sonhou. A pandemia, a inflação e, por fim, o despejo em dezembro de 2024, fecharam portas e corações. Mas não por muito tempo…
Em janeiro de 2025, o New York Times colocou Coimbra no top 11 de destinos mundiais a visitar em 2025, citando diretamente o Coola Boola CoLAB como exemplo do “novo estilo” em espaços antigos. Um lugar onde é possível “comprar vestidos dos anos 40, fazer uma tatuagem e comer vegetariano” — símbolo de reinvenção urbana e espírito criativo.
A campanha agora apela a todos os que lá estiveram, riram, beberam, tatuaram, partilharam histórias ou apenas admiraram, para que contem a sua memória e partilhem. Não se pedem valores exatos — apenas gestos reais, imagens, testemunhos, publicações. Porque este espaço é mais do que tijolo: é alma, identidade e comunidade.
“Se até o New York Times viu o valor do que ali existia, porque haveremos nós de desistir?”, questiona o manifesto da campanha.
É um apelo emocional, mas também urgente. São necessários 50 mil euros para permitir que Pedro e Cátia consigam não só saldar o passado, mas também abrir caminhos para uma nova fase do Coola Boola — talvez noutro espaço, mas com o mesmo ADN criativo e comunitário.
“Cada euro não é só um apoio — é uma semente no renascimento de um jardim cultural”, sublinha o apelo.
A campanha pode ser acompanhada online nas redes sociais com a hashtag #SalvemOCoolaBoola e através de publicações espontâneas de amigos, músicos, vizinhos e cúmplices deste sonho coletivo.
Porque o Coola Boola pode ter fechado fisicamente, mas a sua história está longe de acabar.
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