Saúde

Utentes pagam mais por falta de genéricos nas farmácias

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 meses atrás em 29-01-2024

62% dos portugueses admite que já pagou mais na farmácia porque os genéricos mais baratos estavam indisponíveis no momento e 38% compram os fármacos de marca, mais caros, por indicação médica.

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As farmácias e a indústria dos genéricos pedem medidas para melhorar estes resultados, poupando milhões de euros ao SNS e ao bolso das famílias.

Os dados constam de um estudo da Deco Proteste sobre as escolhas do consumidor na farmácia. Por exemplo, o uso de rabeprazol 20 mg de 56 unidades, usado no tratamento do refluxo e úlcera gástrica. Quando o artigo foi fechado, os cinco genéricos mais baratos estavam em rutura. “Isto significa que o utente poderia pagar, em vez dos 13,44 euros que despende pelo mais barato nessa ocasião, 5,57 euros”, realça a Deco Proteste, que faz duas propostas para ajudar a promover a opção pelos fármacos mais baratos: a majoração da comparticipação do medicamento mais barato e um cálculo dinâmico do preço de referência para colmatar os encargos para o utente quando há ruturas.

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“A quota de genéricos está praticamente estagnada desde 2014. Ainda assim, em novembro último, 51,1% dos medicamentos dispensados na farmácia eram genéricos, uma subida de quase 2% face a 2022. Apesar da variação positiva, Portugal está abaixo da média da OCDE (54%) e distante de países como o Chile (90%), a Alemanha e a Nova Zelândia (83%), o Reino Unido (80%) ou a Holanda (79%)”, segundo o Health at a Glance 2023 citado pelo Jornal de Notícias.

A indústria dos genéricos admite que é preciso trabalhar mais junto dos médicos, nomeadamente do setor privado, e pede uma nova revisão em alta dos preços dos medicamentos mais baratos para que continuem a ser produzidos.

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“Os farmacêuticos têm de ter os genéricos mais baratos [de cada grupo homogéneo], mas antes disso estes têm de ser fabricados para poderem ser vendidos”, alerta ao jornal a presidente da Associação Portuguesa de Genéricos e Biossimilares (Apogen).

Maria do Carmo Neves diz que a subida dos preços dos medicamentos mais baratos, em 2023, para combater a subida dos custos de produção e evitar que os fármacos fossem descontinuados, “ajudou, mas não resolveu porque a inflação foi de quase de 10%”.

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