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Urbanistas defendem ordenamento no centro do debate sobre as alterações climáticas

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 07-11-2019
 

A Associação Portuguesa de Urbanistas (APU) defendeu hoje a necessidade de o urbanismo e de o ordenamento estarem no centro do debate político, seja para mitigar os problemas com os incêndios ou os efeitos das alterações climáticas.

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A APU, que está a realizar o seu primeiro congresso nacional, a decorrer em Coimbra, considera que “o urbanismo e o ordenamento não estão na ordem do dia”, sendo fundamental estarem “no centro do debate político”, disse à agência Lusa o presidente da associação, Luís Pedro Cerqueira.

O urbanismo “é o suporte para aplicação de medidas mitigadoras”, nomeadamente na adaptação dos países às alterações climáticas, sendo que, para essa mudança, é fundamental haver urbanismo de forma a transpor as medidas para o dia-a-dia das pessoas.

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“Falamos muito em fogos, mas não se fala da transposição dos planos regionais de ordenamento florestal para o ordenamento municipal nem ordenamento regional. Esse trabalho está por fazer em Portugal e essas situações só são ultrapassadas com o urbanismo”, afirmou Luís Pedro Cerqueira, considerando que parte do problema dos incêndios no país é reflexo do desordenamento “fora dos perímetros urbanos”.

Apesar disso, o presidente da APU notou que não é necessário criar novas figuras de planeamento, considerando que as que existem são suficientes, apenas têm que ser utilizadas e aplicadas.

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“O planeamento e o ordenamento do território são muito pouco utilizados em Portugal. Há estudos setoriais que têm vindo a ser feitos, mas não são feitos os estudos urbanísticos que fazem a integração desses estudos e que são o reflexo no território dessas políticas”, vincou.

Segundo Luís Pedro Cerqueira, a associação defende também a criação de certificação profissional para urbanistas, à imagem do que já acontece para engenheiros, médicos e arquitetos.

“Estamos disponíveis para dar esse passo com o Estado português”, salientou, referindo que a falta de certificação “decorre da falta de pensamento político à volta do urbanismo”.

O 1.º Congresso da Associação Portuguesa de Urbanistas decorre até sexta-feira, no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.

A APU foi criada em 2017, na sequência da fusão de três associações portuguesas: Associação dos Urbanistas Portugueses, Associação Portuguesa de Planeadores do Território e Associação Profissional dos Urbanistas Portugueses.

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