A União Europeia (UE) paga diariamente cerca de 260 milhões de euros pelas importações de petróleo russo, de acordo com um relatório publicado hoje pela organização ecologista Transport & Environment (T&E).
No momento em que decorre a invasão russa da Ucrânia, e dada a incerteza de como as sanções da UE contra Moscovo irão afetar o setor energético, a T&E coloca o montante total das exportações de petróleo bruto russo para a Europa e o Reino Unido no ano passado em 104 mil milhões de euros, muito mais elevado do que os 43,4 mil milhões de euros das compras de gás natural russo.
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No entanto, a associação, que apela à UE para levar a cabo um “embargo global ao petróleo russo”, explicou que a dependência do continente dos fornecimentos russos no seu conjunto, embora significativa, não é intransponível.
No relatório indica-se que a maioria das importações de petróleo da UE é feita através de petroleiros e portos, e apenas 4-8% do fornecimento de petróleo da Europa provém de oleodutos russos, o que significa que é viável obter petróleo noutros locais a curto prazo.
No entanto, a associação diz que a substituição do crude russo não resolverá a dependência a longo prazo da Europa do petróleo, e apela a medidas de preparação para uma possível rutura do mercado petrolífero, incluindo o aumento dos dias de teletrabalho e dos dias sem carros, bem como o redirecionamento dos fundos europeus para impulsionar a compra em massa de veículos elétricos.
A T&E também apela à melhoria da eficiência dos transportes e à aceleração da eletrificação deste setor para reduzir o consumo de petróleo e evitar a dependência das importações russas.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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