Saúde

Tem mesmo noção do risco que corre quando mergulha?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 7 meses atrás em 06-10-2023

O fim do verão está aí à porta, mas um mergulho mal dado pode ter consequências graves para o resto da vida.

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Segundo Rui Duarte, diretor do serviço de ortopedia do Centro Hospitalar do Médio AVE, estima-se que, por ano, cerca de 10 a 20 portugueses sofram lesões na coluna devido a maus mergulhos, revelou ao Lifestyle ao Minuto .

“Todos os anos continuamos a assistir nos hospitais a situações graves associadas a este tipo de acidentes”, lamenta. O médico acrescenta que “a grande maioria das vítimas são jovens do sexo masculino, com idades inferiores a 30 anos” e que “as lesões acontecem, muitas vezes, em atividades de grupo em contexto recreativo”.

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Devemos verificar sempre a profundidade e a superfície antes de mergulhar, alerta. Aponta-se “para cerca de 400 casos por ano de traumatismos vértebro-medulares, ou seja, lesões na coluna que deixam as pessoas paraplégicas ou tetraplégicas”. A maioria destes casos estão relacionados com “acidentes de viação, um segundo grupo é o das quedas em altura, que acontecem, muitas vezes, no contexto de acidentes de trabalho e cerca de 20 a 30% correspondem a lesões desportivas”, lê-se no Notícias ao Minuto. É neste grupo que se incluem os acidentes que decorrem dos chamados mergulhos recreativos, estimando-se aproximadamente 10 a 20 casos por ano. São acidentes que ocorrem na maior parte dos casos em atividades recreativas em grupo, em momentos de lazer e em locais desconhecidos.

As lesões que acontecem ao mergulhar podem ter consequências graves. De forma resumida, serão “lesões que surgem quando ocorre um traumatismo violento na cabeça e pescoço, quando o mergulho é realizado de cabeça em locais pouco profundos. Este traumatismo pode levar à fratura da coluna cervical e, subsequentemente, à lesão da medula cervical com lesão neurológica associada – perda da capacidade motora e sensitiva -, uma grande parte das vezes de forma permanente”, explica.

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O grande sinal de gravidade é quando a vítima pode potencialmente perder toda a capacidade de se mobilizar, existem alguns conselhos e sinais de alerta que devemos relembrar, tais como:

– Evitar mergulhar em locais como zonas rochosas, margens de lagos ou rios. Com o passar do inverno, há alteração do leito subaquático, com pedras e destroços de árvores. 

-Mergulhar sempre com os pés em primeiro lugar e só depois de conhecer o local;

-A profundidade é muito importante. Em piscinas, o mergulho deve ser realizado no sentido do maior comprimento da piscina. Muitas lesões são causadas com o impacto nas paredes laterais;

– Evitar o consumo de álcool e drogas quando for nadar ou mergulhar.

“Os elementos do grupo são os primeiros a prestar socorro. Uma vez que a vítima pode perder a capacidade de se mobilizar, corre risco de afogamento. Nesse sentido, deve ser retirada da água. No entanto, o primeiro passo deverá ser sempre avaliar as condições de segurança do local, quer para a vítima, como para quem vai socorrer”, refere.

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