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Taxistas e motoristas de TVDE defendem aumento de tarifas 

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 22-10-2021

O setor dos táxis e os motoristas das plataformas TVDE defenderam hoje um aumento das tarifas cobradas nos seus serviços como uma das medidas para fazer face à atual crise energética que provocou a subida do preço dos combustíveis.

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A agência Lusa ouviu os dois setores e ambos reconheceram que, depois do que sofreram com a pandemia de covid-19 no último ano e meio, e quando estavam numa altura de recuperação económica, o aumento dos combustíveis veio agudizar os problemas.

Em declarações à Lusa, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, sublinhou que o setor teve esta semana uma reunião “de urgência” com a tutela, onde estiveram presentes o ministro do Ambiente e o secretário de Estado da Mobilidade, precisamente para dar conta da preocupação com o preço do gasóleo.

“Manifestamos a nossa preocupação com aumentos presentes. Com o prejuízo que o setor tem, há nove anos que não há aumento [de tarifário], estamos com prejuízos de 13%. Não queremos fazer repercutir estes agravamentos na sua totalidade no sistema tarifário, mas temos de mexer ainda este ano e da parte do Governo não houve objeção para que isso aconteça”, adiantou.

Segundo Carlos Ramos, o sistema de tarifário tem de ser reestruturado “de forma profunda”, mas neste momento “são precisas alterações” que estão a ser discutidas por ambas as associações do setor para uma mudança de paradigma.

“Estamos a trabalhar as duas – federação e ANTRAL [Associação Nacional dos Transportes Rodoviários em Automóveis Ligeiros] -, ainda em fase de diálogo, discussão, com o objetivo de encontrar as melhores soluções para que, de forma não violenta, não muito pesada, não se penalize o cliente”, afirmou.

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Na reunião com a tutela, foi assumido por parte do setor do táxi o compromisso para um processo de descarbonização a nível nacional “com um calendário preciso”, havendo noção de que “os combustíveis fosseis vão continuar a aumentar”.

“A solução passa por um empenhamento forte, por parte do poder central, e aceitaram esse desafio de criarmos um plano, federação e ANTRAL, um plano a nível nacional para que se fique a saber as linhas com que nos vamos coser”, acrescentou o representante.

O plano, acrescentou, deverá conter os apoios “fortes para a reconversão da frota para consumíveis elétricos”, bem como “os apoios para a substituição de carros mais antigos” e os números de postos de carregamento.

Carlos Ramos deu o exemplo de alguns colegas que tinham um gasto mensal de “500 ou 600 euros em gasóleo e que, passando para um carro elétrico, estão agora com um gasto de 160 no carregamento de eletricidade”.

“O ganho está fundamentalmente aqui, mas é preciso ajuda para mudarmos o paradigma”, sublinhou.

De acordo com o responsável, o ministro do Ambiente e da Transição Energética, que tutela os transportes urbanos, assumiu o compromisso de que tudo faria para baixar as margens de comercialização, quer na produção, quer no revendedor, o que se iria refletir no preço do gasóleo mais tarde.

Foi também discutida a majoração de 20% para 30% dos apoios ao setor do táxi, uma ideia que o Governo “não acolheu”, disse o dirigente, lembrando ter estado ainda em cima da mesa a sugestão de “uma medida transitória para aliviar a penalização do custo do combustível”.

Na sua página oficial na internet, a ANTRAL revelou que na reunião com o ministro manifestou, igualmente, “a sua forte preocupação com a subida dos preços dos combustíveis”, que por consequência está a afetar fortemente a rentabilidade do setor.

“O ministro do Ambiente manifestou a sua preocupação com a situação do elevado preço dos combustíveis e abertura para uma rápida solução, passado por um compromisso de atualização do sistema tarifário do táxi, que não é atualizado desde 2012”, pode ler-se.

Também António Fernandes, do Sindicato dos Motoristas TVDE de Portugal, expressou à Lusa que a questão das tarifas baixas praticadas pelas plataformas eletrónicas é “desde há muito tempo um problema” para o setor.

“Não era preciso estar neste pico [dos preços] de combustíveis. O aumento das tarifas é uma coisa pela qual nós temos lutado sempre desde que a atividade chegou a Portugal, com a Uber”, disse António Fernandes, salientando que as tarifas “têm sido sempre a reduzir”.

“Não faz sentido, quer pela inflação, quer pelo aumento dos combustíveis, quer pela justa remuneração do nosso trabalho. Está tudo invertido, devia haver aumento e não abaixamento [das tarifas]”, referiu.

Na quarta-feira, o Presidente da República anunciou a promulgação do diploma que permite ao Governo limitar os preços dos combustíveis, considerando que, “apesar das suas evidentes limitações,” representa “um pequeno passo para mitigar uma situação de emergência económica e social”.

Numa nota colocada no portal da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa escreve que a lei em apreço “adota medidas paliativas, indispensáveis e urgentes”.

Entretanto, hoje, o ministro das Finanças, João Leão, anunciou que as famílias vão passar a receber, através do IVAucher, 10 cêntimos por litro de combustível até um limite de 50 litros por mês, assinalando que a medida vai ser aplicada entre novembro e março.

A medida, de caráter extraordinário, visa mitigar o efeito da subida dos preços dos combustíveis, referiu João Leão, à entrada para a audição parlamentar no âmbito da apreciação na generalidade do Orçamento do Estado para 2022.

A iniciativa inclui-se num pacote de medidas extraordinárias que o Governo vai aplicar até março de 2022 e que também contempla soluções dirigidas especificamente às empresas.

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