Coimbra

Tábua não se pronuncia sobre a prospeção e pesquisa de de lítio. Oliveira do Hospital manifestou-se contra

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 26-06-2019

A Câmara de Tábua decidiu não se pronunciar sobre a prospeção e pesquisa de depósitos de minerais, incluindo lítio, depois de a Assembleia Municipal ter chumbado uma moção da CDU contra a extração de minerais, disseram hoje fontes autárquicas.

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Na segunda-feira, a Assembleia Municipal de Tábua chumbou uma moção da CDU contra “a atribuição de novos direitos de prospeção, pesquisa e eventual extração de depósitos minerais” de ouro, prata, chumbo, zinco, cobre e lítio a uma empresa australiana.

A proposta registou apenas um voto favorável, da deputada da CDU Sandra Correia, tendo os 24 eleitos do PS votado contra e os seis do PSD optado pela abstenção.

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“Vamos deixar que corra o processo”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara de Tábua, Mário Loureiro, admitindo que a autarquia tomará uma posição se os trabalhos de extração algum dia avançarem no concelho, o que não crê vir a acontecer.

A Fortescue Metals Group Exploration Pty requereu à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) a concessão de direitos de prospeção, pesquisa e extração de depósitos minerais que, no caso de Tábua, abrangem “uma faixa muito diminuta” do território deste município do distrito de Coimbra, desvalorizou.

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“Vamos aguardar serenamente”, sublinhou Mário Loureiro, eleito pelo PS.

Em comunicado, a CDU lamenta a rejeição da sua proposta pela Assembleia Municipal.

Sandra Correia lembra que documentos semelhantes foram aprovados noutros municípios da região Centro, como Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra e Carregal do Sal, este no distrito de Viseu.

“Em Tábua, o PS votou contra, fazendo chumbar a aprovação da moção. O PSD estranhamente absteve-se”, realça a nota.

A coligação do PCP e Verdes “irá denunciar (…) estas posições do PS e do PSD” e promete “continuar na mobilização da população do concelho de Tábua, na luta contra” a concessão de direitos à empresa australiana, iniciando a distribuição de um panfleto nos próximos dias.

O vizinho município de Oliveira do Hospital manifestou-se contra “a prospeção e pesquisa de quaisquer depósitos minerais” no seu território, “numa posição baseada na salvaguarda de bens humanos, naturais e culturais”.

Tratou-se de uma reclamação aprovada por unanimidade, no dia 30 de maio, e enviada à DGEG pelo executivo liderado por José Carlos Alexandrino (PS).

“De um total de 6.576 hectares integrados em Rede Natura 2000 no concelho de Oliveira do Hospital, 88% localizam-se dentro da área delimitada para a eventual prospeção e pesquisa de depósitos minerais”, exemplifica no documento.

Também o município da Pampilhosa da Serra, presidido pelo social-democrata José Brito, deliberou por unanimidade, no início de junho, “não concordar com a realização de uma prospeção e pesquisa de depósitos de minerais ferrosos e metálicos”.

Comunicada à Assembleia Municipal, no dia 07, a posição do executivo, segundo uma nota então divulgada, gerou “amplo consenso junto dos deputados”, num órgão em que o PSD detém a maioria absoluta.

Este assunto é debatido também hoje, às 21.30, numa sessão que um grupo de cidadãos, com apoio do Movimento Contra Minas de Lítio e na Beira Alta e na Beira Interior, realiza na sede dos Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, no concelho de Tábua.

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