A Câmara de Coimbra vai propor a criação de um conselho de administração a tempo inteiro nos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), passando a ser presidido por uma pessoa externa ao município, foi hoje anunciado.
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A Câmara de Coimbra propõe que o novo conselho de administração (CA) dos SMTUC passe a ser presidido por Jorge Miguel Jesus, com formação na área de gestão e experiência profissional no campo financeiro, gestão de recursos humanos e planeamento, entre outras áreas, afirmou o município, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
De acordo com a mesma nota, Jorge Miguel Jesus, licenciado em organização e gestão de empresas pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, passou por empresas ligadas à distribuição de gás natural, pela direção administrativa e financeira da Águas do Norte, em Vila Real, e foi diretor financeiro e adjunto de diretor geral da empresa Demodouro, associado ao ‘cluster’ da maçã no Centro e Norte do país.
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No resumo dos percursos profissional e de formação do futuro presidente dos SMTUC feito pela Câmara de Coimbra, não é referida qualquer experiência ou passagem pelo setor dos transportes por parte de Jorge Miguel Jesus.
A restante direção proposta pelo executivo é composta por dois vogais, a atual diretora-delegada dos SMTUC, Maria João Melo, e o atual responsável pelo setor de rede de tração e equipamentos auxiliares dos SMTUC, Nuno Faria.
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Segundo a Câmara de Coimbra, a proposta de um CA externo e dedicado a tempo inteiro aos SMTUC foi previamente anunciada à Comissão de Trabalhadores daqueles serviços municipalizados.
Os membros do CA, que irão cumprir um mandato de três anos, são nomeados pela Câmara de Coimbra, não estando previsto qualquer concurso público.
Em 2013, deixou de ser possível haver conselhos de administração de serviços municipalizados externos à Câmara Municipal, com a lei 50/2012 a referir que os membros do CA teriam de ser nomeados pelo executivo, de entre os seus membros.
Em 2020, surgiu uma nova lei que voltou a abrir a possibilidade de conselhos de administração externos ao executivo.
“Uma gestão em ‘part-time’ não permite dedicar à gestão dos SMTUC, à antecipação, prevenção e resolução de problemas, todo o tempo que os mesmos exigem”, refere a proposta de criação deste novo conselho de administração, criticando o modelo que leva a uma sobrecarga dos três vereadores que integravam o CA.
Para o executivo, este novo modelo permite uma “gestão profissional e dedicada permanente”, libertando os vereadores para “o desempenho dos seus restantes pelouros camarários”.
O mandato do novo CA terá efeitos a partir de 10 de janeiro.
Na próxima reunião do executivo, serão também abordados problemas que os SMTUC enfrentam, nomeadamente o envelhecimento da frota e a “impossibilidade de remuneração adequada” dos funcionários daqueles serviços municipalizados.
“Os SMTUC, essenciais aos seus utentes e um pilar nuclear do desenvolvimento sustentável de Coimbra, são um serviço extremamente complexo e sensível, com um orçamento de 29.377.829 euros e um mapa de pessoal com uma dotação global de 551 postos de trabalho, dos quais 81 estão vagos, pelo que precisam de mais horas de gestão em proximidade, para benefício da instituição, dos seus trabalhadores e dos munícipes”, salienta a proposta.
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