Região

Santana Lopes gastou mais de 230 mil euros em ajustes diretos

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 07-02-2023

o atual presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes gastou cerca de 230 mil euros, num mandato, em ajustes diretos com amigos, filhos, apoiantes políticos e colegas do partido Aliança, segundo avança a TVI/CNN Portugal.

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Em causa, segundo aquele órgão de comunicação, estão “mais de uma dezena de contratos de ajustes diretos.”

A notícia dá conta de que tais contratos celebrados pelo ex-primeiro-ministro podem ser ilegais, por “estarem a mascaram outro tipo de relações”, de acordo com um advogado consultado pela referida estação televisiva.

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De acordo com a mesma fonte, Santana Lopes terá contratado estas pessoas invocando a ausência de recursos próprios. “Somos muito poucos para todas as tarefas que temos”, argumentou o autarca.

Dos contratos estabelecidos neste âmbito, a CNN Portugal ressalva o assinado com psicóloga clínica Ana Oliveira, a 17 de dezembro de 2022, de forma a promover a inclusão do município na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, por 2.500 euros (+ IVA) mensais.

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Apesar de Ana Oliveira não apresentar qualquer experiência comprovada em cuidados continuados, é presidente da concelhia do PSD na Figueira da Foz.

Questionado pela estação televisiva sobre se tal não poderá levantar suspeitas de compra de favores políticos, Santana Lopes respondeu: “Eu não tenho essa informação”.

Porém, o presidente da Câmara da Figueira da Foz terá ainda contratado Ana Cristina Barraca Pereira, para a prestação de serviços de assessoria de imprensa, por 13.200 euros (+ IVA). Isto depois de ter sido professora de línguas, de ter trabalhado num Departamento de Auditoria e Qualidade e ter sido ainda secretária no Gabinete de Apoio à Vereação na autarquia da Figueira da Foz. Ou seja, não tendo experiência em assessoria de imprensa. Porém, para esta escolha, o autarca disse apenas conhecer mais “uma pessoa na Figueira […] formada em comunicação social”.

A CNN Portugal explicou ainda que Ana Cristina Barraca Pereira é filha de Duarte Pereira, presidente da Assembleia Municipal onde Santana Lopes também não tem maioria. A profissional em causa recusou-se, entretanto, a prestar esclarecimentos sobre o assunto.

Um outro caso envolve Gonçalo Bronze e um contrato de 15.600 euros (mais IVA) para a prestação de serviços de comunicação. Para além de fazer parte da lista de candidatos à Assembleia Municipal pelo movimento de Santana Lopes, Gonçalo é filho da conhecida “Peixeira Zeza”, amiga e apoiante “acérrima” do autarca nas últimas eleições.

Tal foi confirmado à TVI/CNN Portugal pelo próprio Gonçalo, que também se assumiu como apoiante do presidente da Câmara – e que, questionado sobre que tipo de experiência profissional tinha na área da comunicação, referiu apenas ter “alguma”, não especificando qual.

De recordar também o caso de Ana Camilo, contratada para dar apoio à vereadora da Ação Social. Em causa está aquela que foi, também, a cabeça de lista do Aliança por Castelo Branco, nas eleições de 2019. Na Câmara Municipal da Figueira, ficou a ganhar 3.075 euros por mês (com IVA) – valor que supera o ordenado do próprio vereador (2.935,12 euros).

Santana Lopes foi questionado sobre o que tem a dizer a quem o acusa de nepotismo: “Nepotismo a propósito de quê? Não roubo, não me vendo, não violo a lei. Faço aquilo que me parece mais adequado para a defesa do interesse público”.

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