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Rússia diz que envio de helicópteros por Portugal é uma “violação das obrigações contratuais”

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 20-10-2022

Moscovo criticou hoje a decisão do Governo português de enviar seis helicópteros de combate a incêndios para a Ucrânia, de origem russa, dizendo que se trata de uma “violação das suas obrigações contratuais”.

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A diplomacia russa considera que a decisão tomada pelo Governo português de enviar seis helicópteros Kamov de combate a incêndios para a Ucrânia, ajudando na luta contra a invasão russa, é uma “violação das obrigações contratuais” por parte de Lisboa, referindo-se ao facto de serem aeronaves de origem russa.

“Pedimos aos nossos colegas (portugueses) de se inibirem de dar passos que possam desacreditar Portugal como um parceiro fiável”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, na rede social Twitter.

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Em outubro, Portugal anunciou o envio para a Ucrânia dos seis helicópteros Kamov, que estavam atualmente sem licença para operar, por serem de origem russa, um dos quais estava inoperacional.

“A pedido da Ucrânia e em articulação com o Ministério da Administração Interna vamos disponibilizar à Ucrânia a nossa frota de helicópteros Kamov que, em virtude do cenário atual, das sanções impostas à Rússia, deixámos de poder operar, aliás não têm os seus certificados de aeronavegabilidade e nem sequer poderemos repará-los”, disse na altura a ministra a Defesa de Portugal, Helena Carreiras.

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A ministra sublinhou que os helicópteros seriam transferidos no estado em que se encontravam, precisando de reparação, mas acreditando que serão “muitíssimo úteis à Ucrânia”, acrescentando que Kiev tinha agradecido o gesto do Governo português.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

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