Crimes

“Que morra toda a gente”: Laboratório ignora bactérias perigosas na água

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 4 meses atrás em 04-01-2024

O laboratório de Trás-os-Montes colocou em risco, durante anos, a saúde pública, não apenas daquela região, bem como de outras zonas do país.

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“Ó pá, que morra toda a gente”, dizia mesmo a diretora técnica Toniette da Cruz quando confrontada, por exemplo, com o alto nível de pseudomonas (género de bactérias) nas piscinas públicas, revela o Correio da Manhã.

“Mas alguém morreu? Ninguém morre”, diz Toniette da Cruz, noutro momento da conversa, a uma funcionária do laboratório.

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Estas bactérias provocam infeções externas que podem desencadear distúrbios com risco de morte. Mas isso não parecia preocupar os técnicos do laboratório que faziam vista grossa e ironizavam sobre os riscos que os outros corriam, explica o jornal.

“Para além das escutas telefónicas – onde os intervenientes faziam chacota sobre a possibilidade de serem presos – há ainda outras provas recolhidas pela investigação. A PJ seguiu várias vezes os funcionários para confirmar a impossibilidade matemática de estar em dois sítios ao mesmo tempo e fez relatórios que demonstram que em muitos momentos nem sequer saíram das suas casas. Limitavam-se a recolher água das suas torneiras”, refere.

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A cor da água é o que salta à vista. Na freguesia de Abreiro, em Mirandela, sai da torneira num tom castanho, como a terra, ou alaranjado. No entanto, “a análise do Laboratório Regional de Trás-os-Montes diz que água é própria para consumo”, como conta ao jornal Vítor Correia, vereador da Câmara Municipal de Mirandela. “A água não sai sempre com esta cor, é só às vezes”, defende, mas questionado se beberia água castanha, a resposta é perentória: “Não, não bebia.”

“Prepara duas canecas com duas gotas de lixívia para não cheirar muito. Enche frascos para a água ser diferente”, dizia um dos técnicos à mulher, resolvendo assim o problema das amostras de águas residuais que não fez. “Fervam a p… da água”, pedia a mulher.

Toniette da Cruz é suspeita de falsificar 396 análises de água. É a principal arguida do processo. Noutra escuta um funcionário diz que foi colocar cloro na amostra, porque a água da piscina não tinha. “Se der m…, deu”, remata.

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