Política

PSD desafia António Costa a ponderar se “está capaz de continuar a governar Portugal”

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 10-04-2023

O vice-presidente do PSD Miguel Pinto Luz desafiou hoje o primeiro-ministro a ponderar se tem condições para continuar a governar e pediu-lhe que “abra uma exceção” e esclareça as polémicas sobre a TAP apesar de estar no estrangeiro.

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Esta posição de Pinto Luz surge depois de o primeiro-ministro ter considerado gravíssimo, em declarações à agência Lusa antes de partir para a Coreia do Sul, o e-mail que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes enviou à presidente executiva da TAP sobre o chefe de Estado, afirmando que teria obrigado à sua demissão na hora.

Em declarações à Lusa, Pinto Luz criticou a forma como António Costa “fala de forma ligeira de assuntos sérios de Estado à entrada para um avião, para depois sair do país e estar mais uns dias em silêncio”.

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Pinto Luz criticou ainda o facto de o primeiro-ministro ter respondido a um tema “muito específico, fugindo a todos os outros temas que vieram a lume na semana passada”.

O social-democrata referiu que ainda hoje, segundo uma notícia do Jornal de Negócios, se soube que Alexandra Reis, quando era secretária de Estado do Tesouro, se reuniu com o presidente não executivo e o administrador financeiro da TAP, apesar de ter assegurado que “iria pedir escusa de todos os temas” relacionados com a transportadora aérea.

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“Ficámos, na semana passada, a saber que João Galamba organiza reuniões secretas para ludibriar a Assembleia da República (…), que Fernando Medina se reúne à noite, no ministério, para pressionar a CEO a demitir-se quando esta apresenta resultados positivos (…) e que o secretário de Estado Hugo Mendes trata o Presidente da República com uma dimensão utilitária para o PS”, acrescentou.

Perante estas revelações, Pinto Luz exortou novamente Costa a “vir responder” e pediu-lhe que, mesmo estando fora do país, “abra uma exceção” e “fale, esclareça os portugueses, olhos nos olhos, sem preconceitos, sem rodeios, sem sacudir água do capote, como é seu apanágio”.

O social-democrata apelou a que Costa não volte a dizer, “como sucessivas vezes disse, que não sabe, desconhece, não leu, não ouviu, não lhe disseram”.

“Um primeiro-ministro que não sabe, que não ouve, que não lhe disseram, que não sabe o que se passa nem o que os seus ministros e secretários de Estado fazem, tem de fazer uma autoanálise e perceber se está capaz de continuar a governar o país”, salientou.

Questionado sobre se o PSD considera que António Costa reúne essas condições de governação, Pinto Luz respondeu: “É uma análise que agora urge o senhor primeiro-ministro fazer e o senhor Presidente da República fazê-la também, já que o PS o tratou com enorme desrespeito”.

O primeiro-ministro considera gravíssimo o e-mail que o ex-secretário de Estado Hugo Mendes enviou à presidente executiva da TAP para sugerir um adiamento do voo em que seguiria o Presidente e afirma que a situação o teria levado a pedir a sua demissão imediata.

As afirmações de António Costa foram feita à agência Lusa antes de partir para uma visita de dois dias à Coreia do Sul, depois de questionado sobre o teor do polémico e-mail do ex-secretário de Estado das Infraestruturas, que se tornou público na comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP.

“Como ainda não parti, respondo a essa questão de política interna. Cada instituição tem o seu tempo e este é o tempo da Assembleia da República apurar a verdade, toda a verdade, como tenho dito, doa a quem doer”, declarou o líder do executivo.

António Costa referiu que “não conhecia” esse e-mail “e, se tivesse conhecido, teria obrigado o ministro [das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos] a demiti-lo (o então secretário de Estado], na hora”.

“É gravíssimo do ponto de vista da relação institucional com o Presidente da República e inadmissível no relacionamento que o Governo deve manter com as empresas públicas”, acentuou.

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