Coimbra

“Projeto inédito” entregue a uma entidade “sem experiência conhecida”

António Alves | 8 meses atrás em 02-10-2023

A Casa da Cidadania da Língua é a nova denominação da Casa da Escrita em Coimbra. Maioria, sem o presidente José Manuel Silva presente na sala por “possível conflito de interesses”, entende que este é um “projeto inédito” e que irá retirar da “letargia” a antiga habitação de João José Cochofel. A oposição socialista, na opinião de Hernâni Caniço, não compreende a entrega deste projeto a uma entidade privada “sem experiência conhecida”.

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O vereador socialista Hernâni Caniço explicou que a aprovação do protocolo com a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA) significa a extinção da Casa da Escrita. Na entrevista ao Notícias de Coimbra, o autarca disse que o objetivo traçado inicialmente para a antiga casa de João José Cochofel não está esgotado e, como tal, “deveria continuar a existir para a promoção da escrita e do livro”.

Outra das razões apontada pela bancada socialista, que esta segunda-feira 2 de outubro contou com a presença de Rui Alírio e Raquel Santos em substituição de Regina Bento e José Dias, é que com esta decisão “a responsabilidade autárquica será delegada numa entidade privada sem experiência conhecida da sua existência”.

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“Havendo um trabalho de longa data de cooperação e de geminação com cidades brasileiras, e havendo Organizações Não Governamentais com ações desenvolvidas naquele território, não compreendemos porque é que o município entrega a Casa da Escrita a entidades privadas”, disse.

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Veja o Direto Notícias de Coimbra com Hernâni Caniço

 

Apesar de ausente do debate e da votação, devido a um “possível conflito de interesses”, uma vez que o seu irmão João Gabriel Silva é fundador e dirigente da APBRA, José Manuel Silva defendeu a proposta aprovada por voto de qualidade na entrevista ao Notícias de Coimbra. O presidente da câmara lamentou “a mesquinhez” de algumas pessoas relativamente a este protocolo.

Sobre o assunto em causa, o autarca lembrou que foi a APBRA quem apresentou uma proposta ao município para a criação de um projeto na Casa da Escrita na área da cidadania e da língua. “Projeto que acolhemos com entusiasmo, como acolhemos com outras entidades”, especificou.

No seu entender, o nome de Casa da Escrita era redutor “para aquilo que foi aquela casa” e que a nova denominação a dignifica muito mais, dando-lhe um âmbito de intervenção na sociedade. “É um projeto inédito”, referiu.

Veja o Direto Notícias de Coimbra com José Manuel Silva

 

Recorde-se que a proposta foi aprovada com o “voto de qualidade” do vice-presidente da câmara Francisco Veiga. Tudo porque o vereador da CDU Francisco Queirós e os eleitos socialistas (Hernâni Caniço, Rosa Cruz, Raquel Santos e Rui Alírio) votaram contra este protocolo.

O acordo determina que a APBRA, presidida por José Manuel Diogo, passa a programar aquele espaço, com o município a suportar até 75 mil euros das despesas anuais no funcionamento da Casa.

A Associação Portugal Brasil 200 Anos cedeu o direito do uso da marca  “Casa da Cidadania da Língua” ao Município de Coimbra, durante o período de vigência do protocolo. Para o efeito, tratou de registar a  marca no 26 de maio de 2023, tendo o registo sido concedida no dia 7 setembro.

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