Coimbra

Presidente da Turismo do Centro quer Ministério do Turismo e apoia regionalização

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 25-09-2019

O presidente da Turismo do Centro defendeu hoje a criação do Ministério do Turismo, medida destinada “a posicionar o setor num patamar institucional proporcional ao seu peso na economia”, e manifestou apoio à regionalização do país.

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“É necessário dar um passo qualificante e qualitativo daquilo que representa o turismo em Portugal”, disse Pedro Machado à agência Lusa, lembrando que o Turismo vale 13,7% do PIB (Produto Interno Bruto).

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Por outro lado, referiu que “os países mais desenvolvidos optaram por uma estrutura de poder e decisão intermédia”, num sinal claro de apoio à divisão do país em regiões.

O líder da entidade regional, que agrupa cem municípios do Centro do país, lamenta que “não exista um ministério que represente o Turismo de forma autónoma no Conselho de Ministros”, sobretudo num período em que economia portuguesa assenta cada vez mais nos serviços, e o turismo é a principal indústria que exporta serviços.

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Pedro Machado defende também que é necessário “agilizar e tornar mais eficiente a gestão das entidades coordenadoras do setor”, propondo a criação de Organizações de Gestão de Destinos (DMO), que congreguem as competências ao nível do turismo que estão atualmente dispersas por várias entidades.

Estas DMO teriam a função de gerir todas as vertentes turísticas de um destino, “como já fazem noutros países”, argumenta o líder da Turismo do Centro, destacando que é necessário reformar as estruturas “regionais e nacionais” de promoção turística.

“Faz todo o sentido ser a mesma entidade a elaborar uma estratégia para o mercado nacional e internacional. A região falaria a uma só voz para os diversos parceiros e possibilitaria uma maximização de meios”, diz Machado.

O responsável volta a insistir que “o Centro de Portugal tem sido maltratado pelo poder central ao longo de décadas”, tornando-se “urgente estancar a progressiva litoralização do país, sob pena de o interior se tornar uma paisagem sem habitantes”.

Neste contexto, propõe “a deslocalização efetiva, e não meramente cosmética, de serviços do Estado para o interior do país, acompanhado pela criação de regiões com meios e competências.

“Dotar as regiões de uma estrutura de poder e decisão intermédia, vulgo regionalização, pode ser um caminho positivo. Os países mais desenvolvidos seguem este modelo”, refere Machado.

A curto prazo defende a definição de políticas públicas de ativos e incentivos, de forma a atrair e fixar pessoas, e a criação de “nests” empresariais na região, que possam ajudar a captar os chamados “nómadas digitais”, criando condições para a criação de novos modelos de negócio, com reduzida pegada ecológica.

“A taxação deveria beneficiar aqueles que investem e desenvolvem os seus negócios no Centro de Portugal”, defende Machado, acrescentando que é preciso melhorar a capacidade e qualidade dos serviços públicos nas cidades médias.

“Os nómadas digitais, que podem trabalhar a partir de casa, só poderão ser atraídos para o interior se tiverem acesso a bons serviços de saúde e educação”, conclui.

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