Região

Presidente da República na Figueira da Foz: “Aqui é uma pontaria enorme começar e acabar”

Notícias de Coimbra | 3 meses atrás em 26-01-2024

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou hoje gratidão pela recuperação e reabilitação do Mosteiro de Seiça, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, considerando “um grande momento” a inauguração do restaurado monumento nacional.

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“A minha primeira palavra é de gratidão, é um grande momento, este. Não é só um grande momento, porque não há todos os dias uma obra como esta, a ser revisitada, restaurada, recuperada do passado e projetada para o futuro”, disse o chefe de Estado, na sua intervenção durante a cerimónia de inauguração do edifício.

O mosteiro, que estava praticamente em ruínas, está localizado num vale da freguesia do Paião, no sul do concelho da Figueira da Foz, junto à linha ferroviária do Oeste e ribeira de Seiça, e teve origem na fundação da nacionalidade, embora o edificado atual seja dos séculos XVI e XVII.

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Ao longo de mais de 20 minutos, Marcelo Rebelo de Sousa aludiu a vários aspetos históricos, citou Eça de Queirós, e lembrou que o país acumulou um património excecional ao longo dos seus quase 900 anos de história.

“Só que também sabemos que muito desse património sofreu, ao longo dos séculos, e acabámos por não olhar, nós todos, como portugueses, como povo, como pátria, para o património com a atenção que ele merecia”, argumentou o Presidente da República.

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Marcelo destacou ainda o “encontro de muitas vontades” que acabaria por culminar, quase 25 anos depois, na reabilitação do monumento, desde a junta de freguesia do Paião, a associação de amigos de Santa Maria de Seiça, o município da Figueira da Foz, proprietário do edifício, e o Governo.

Discursando perante cerca de uma centena de convidados, numa sessão que teve a presença, entre outros, do presidente da Câmara da Figueira da Foz, Pedro Santana Lopes ou do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, governante cujo trabalho o presidente da República destacou.

“Teve uma sensibilidade para o património desde que iniciou funções”, frisou.

“E eu devo reconhecer ao senhor ministro da Cultura, que pôs de pé, não apenas essa preocupação com o património, [mas] o investimento no património, a aquisição de património [e] a programação da recuperação de património, as entidades que, no futuro, estarão em melhores condições para fazer aquilo que noutros tempos foi feito e deixou de ser feito. E é bom que ele [Pedro Adão e Silva] esteja aqui hoje, porque é um encontro virtuoso num momento muito especial”, acrescentou.

Apontando ainda o trabalho da igreja católica e do poder local democrático na manutenção do património histórico português, Marcelo voltou a focar-se no mosteiro de Seiça para manifestar “digno de elogio” a “persistência dos autarcas” locais, que permitiu chegar ao dia de hoje com a abertura do reabilitado monumento.

O PR destacou, a esse propósito, a intervenção de Pedro Santana Lopes, cujo executivo aprovou a compra do mosteiro de Seiça há 25 anos, no seu primeiro mandato enquanto autarca da Figueira da Foz (1998-2002) e viria, este ano, a concluir a obra (uma intervenção orçada em 2,7 milhões de euros), novamente como presidente da Câmara, após o concurso lançado pelo anterior executivo socialista.

“É evidente que todos merecem elogio. Quem teve a felicidade, a intuição, e também o mérito de estar no começo e estar no fim, no mínimo tem uma longa vida, tem muita saúde e tem alguma sorte, porque tantos de nós começamos algumas obras e não vemos o seu fim, e aqui é uma pontaria enorme começar e acabar”, brincou Marcelo Rebelo de Sousa.

No entanto, para o Presidente da República, “além do talento e do mérito” dos autarcas, “o grande mérito é da comunidade” local, que não desistiu de ver o mosteiro reabilitado.

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