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Presidente da Câmara de Oliveira do Hospital lamenta fecho de fábrica Irsil

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 semanas atrás em 05-04-2024

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Francisco Rolo, lamentou esta sexta-feira 5 de abril que a Irsil-Silva&Irmãos, uma fábrica de confeções com cerca de 60 anos, tenha pedido a insolvência, deixando cerca de 190 trabalhadores em situação de desemprego.

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“Infelizmente a Irsil está insolvente, sendo este um drama social para o qual a Câmara está de portas abertas para ajudar a encontrar soluções. Este é um desfecho que lamentamos, depois de todo o acompanhamento e empenho que tivemos no último ano, colocando-nos do lado da solução, para que a empresa tivesse continuidade”, alegou.

Em declarações à agência Lusa, o autarca socialista explicou que no último ano acompanhou “a par e passo” o Processo Especial de Revitalização (PER) da empresa, tendo chegado a reunir com os empresários, sindicato e a antiga ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

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“Esta é uma empresa histórica, de um setor predominante do concelho que é o das confeções e que atravessa grandes dificuldades. Solidarizamo-nos com os seus trabalhadores neste momento difícil das suas vidas e com quem já tive a oportunidade de reunir”, acrescentou.

De acordo com José Francisco Rolo, este é um setor para o qual vêm olhando com grande preocupação, que se vem agravando, e para o qual esperam que o novo governo olhe com especial atenção.

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“Nos próximos dias vamos enviar uma missiva ao novo governo a sensibilizar para as vulnerabilidades do setor dos têxteis e confeções”, avançou.

À Lusa, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro, Fátima Carvalho, lembrou que os problemas na Irsil eram visíveis há cerca de um ano, devido à “ausência de encomendas e de fundo maneio”.

“Encontravam-se em lay-off desde finais de fevereiro, com os trabalhadores em casa. Na terça-feira a administração da fábrica mandou mensagem aos trabalhadores a dizer que se ia entregar à insolvência e que não tinha condições para continuar tendo-o feito por mensagem e não pessoalmente, o que deixou os trabalhadores bastante tristes”, lamentou.

Segundo a sindicalista, perdem o posto de trabalho quase 190 trabalhadores, maioritariamente mulheres, “algumas já com idade avançada”.

“São velhas demais para arranjar novo emprego, mas novas demais para se reformarem. É muito mau para o concelho, numa zona maioritariamente têxtil: é a empresa mais antiga, com cerca de 60 anos e é muito mau para ser verdade”, indicou.

Na terça-feira, os trabalhadores da Irsil receberam um email assinado pelo adjunto administrativo Carlos Silva, onde se pode ler que a administração da fábrica de confeções “tomou a decisão mais difícil dos seus 60 anos, que é apresentar-se à insolvência”.

“Depois de ter esgotado todas as possibilidades de conseguir encomendas que pudessem sustentar a laboração nos próximos dois meses, lamentavelmente não foi possível. Levei as negociações até ao limite do que era razoável, mas infelizmente não foi possível”, evidencia.

A mensagem a que a Lusa teve acesso refere ainda que, analisando as perspetivas do mercado no futuro próximo e tendo em conta as condições financeiras, a empresa não vê possibilidades de continuidade.

A agência Lusa contactou, sem sucesso, a administração da Irsil-Silva&Irmãos.

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