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Presidente da Câmara de Coimbra afirma que já tem obra feita, oposição discorda

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 09-02-2014

O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, afirmou hoje que desde que assumiu o cargo já foram resolvidas questões importantes, mas a oposição não faz a mesma leitura do atual mandato autárquico.

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“Já foram resolvidos aspetos importantes”, que valem por si e que indiciam, pela sua carga simbólica, a estratégia do executivo municipal, sustentou o autarca socialista.

“A reabilitação da centenária escola primária de Santa Cruz foi a primeira obra que lançámos”, referiu Manuel Machado, salientando que se trata de um edifício no centro da cidade, com “uma arquitetura marcante” e que resultou de “uma aposta na educação” feita no início do século XX.

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A Câmara também “já lançou o importante empreendimento de reabilitação do Bairro [de habitação social] de Celas”, que “representa um investimento de quase dois milhões de euros”.

Está a ser “estruturado um projeto de intervenção na zona [da cidade] classificada Património da Humanidade, que implica uma grande mobilização de meios”, afirmou ainda Manuel Machado.

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Para isso, a Câmara tem “vindo a sensibilizar os responsáveis” para que no próximo quadro comunitário de apoio exista “uma dotação financeira para a reabilitação urbana e humana desta área central da cidade”, cujos “estudos técnicos estão praticamente feitos”, sublinhou.

Em relação ao Metro Mondego (MM), “aparentemente, começa a ver-se a luz ao fundo do túnel”, afirmou o autarca, adiantando que, com a empresa MM e as câmaras de Miranda do Corvo e da Lousã, está a negociar com o governo para que o projeto seja retomado, tanto mais que já foram investidos “quase cem milhões de euros”.

O anterior presidente da Câmara e atual vereador na oposição, o social-democrata João Paulo Barbosa de Melo sustentou, no entanto, que este mandato se caracteriza pelo “sistemático esquecimento de praticamente todas as promessas feitas pelo PS” em campanha eleitoral.

“Afinal, a Câmara não vai devolver parte do IRS municipal e do IMT às famílias e, afinal, a reabilitação urbana não é uma prioridade (as intervenções no centro histórico desapareceram do orçamento de 2014)”, criticou Barbosa de Melo.

“A conta da água afinal só vai descer 20 cêntimos para cada família e se o IMI desce um pouco é só porque a oposição se uniu para o exigir, contrariando a tentativa do PS para deixar tudo como estava”.

“A paralisia sufocante dos serviços camarários começa a ser notória”, defendeu o anterior presidente da Câmara, que, por outro lado, acusou Machado de promover uma “violenta centralização do poder no presidente, com dificuldade em delegar nos seus próprios vereadores”.

Para Francisco Queirós, vereador da CDU e responsável pelo pelouro da habitação, este período caracteriza-se fundamentalmente pelo facto de a “fase de instalação dos órgãos municipais e de delegação de competências” ter sido “demasiado longa, demasiado arrastada”.

“Espero que não seja para continuar e que isso não indicie centralização”, sublinhou Francisco Queirós, considerando que, “talvez também pelos tempos de dificuldades económicas, não apareceram grandes alterações de linha de rumo” na Câmara.

“Já foi possível”, no entanto, “interferir no parque habitacional de Coimbra, com a recuperação de casas em bairros municipais”, destacou o eleito pela CDU.

O vereador do movimento Cidadãos Por Coimbra (CPC), José Augusto Ferreira da Silva, afirmou que os primeiros tempos do regresso de Manuel Machado à liderança da Câmara (cargo que ocupou entre 1989 e 2001) “são 100 dias sem ideias”.

As medidas que ressaltam são “a reinauguração, com pompa e circunstância, do elevador [do Mercado] e a nomeação de um líder partidário” para a presidência da empresa municipal Águas de Coimbra, sem “qualquer transparência e sem qualquer razão” que explique a decisão.

O eleito do CPC destacou ainda “o autoritarismo” que Manuel Machado “revelou na atribuição de condições de trabalho aos vereadores da oposição”, atitude que “faz presumir que os tiques de 12 anos de mandato se vão repetir”, anunciando-se “um mandato de regresso ao passado de autoritarismo e arrogância”.

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