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Pedrógão Grande: Falhas nas comunicações agravaram consequências do fogo

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 16-10-2017

A falha do sistema de comunicações no incêndio de Pedrógão Grande terá contribuído para a falta de coordenação dos serviços de combate e de socorro, dificuldade de pedido de socorro e agravamento das consequências do fogo.

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Esta conclusão consta do relatório “O complexo de incêndios de Pedrógão Grande e concelhos limítrofes, iniciado a 17 de junho”, elaborado pelo Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, hoje entregue à ministra da Administração Interna.

O relatório coordenado por Domingos Xavier Viegas indica que “o sistema de comunicações por rádio e por telefone teve uma falha geral em toda a região, quer por limitações inerentes aos sistemas, como sejam a sua pouca salvaguarda perante a exposição ao fogo, quer por sobrecarga de utilizadores, ou ainda por deficiente utilização de alguns dos sistemas”, tendo sido este facto “agravado pela indisponibilidade de meios complementares devido a falta de planeamento”.

“A falha do sistema de comunicações terá contribuído para a falta de coordenação dos serviços de combate e de socorro, para a dificuldade de pedido de socorro por parte das populações e para o agravamento das consequências do incêndio”, precisa o documento encomendado pelo Governo.

Para este centro de estudos da Universidade de Coimbra, as comunicações não terão sido um fator decisivo na fase inicial do incêndio em Escalos Fundeiros, desde a sua deteção até cerca das 18:00 ou 19:00 de 17 de junho, altura em que se “perdeu o controlo sobre o incêndio”.

No entanto, adianta, no período crítico entre as 19:00 e as 22:00, “a falta de comunicações, com o Posto de Comando Operacional e entre as forças e entidades no terreno, terá sido muito importante, para a recolha e encaminhamento dos pedidos de socorro e para a coordenação das forças de combate e socorro”.

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“Não se entende a falta de cuidado de quem tutela as comunicações pois não foi o primeiro relato de colapso das comunicações de que há registo. Mesmo a nível de antenas móveis, não estar nenhuma operacional não pode ser aceitável”, sustenta o relatório divulgado no portal do Governo.

Nesse sentido, o documento coordenado por Domingos Xavier Viegas recomenda que “as operadoras sejam obrigadas a reforçar as comunicações móveis num prazo muito curto de tempo, com o auxílio de antenas móveis como acontece nos grandes acontecimentos desportivos e em outros eventos que envolvam multidões”.

É também proposto que o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança (SIRESP) tenha mais antenas móveis e a funcionar, aumente a largura de banda, e eventualmente “socializar os utilizadores da rede a saberem utilizar esta com maior eficiência, de modo a evitar comunicações desnecessárias ou que possam ser feitas em outras redes”.

O relatório sugere igualmente que sejam estabelecidos planos de comunicações para cada teatro de operações e que o SIRESP seja utilizado de forma “serena e em exclusivo para os canais adstritos”.

O incêndio de Pedrógão Grande deflagrou a 17 de junho, e provocou, segundo dados oficiais, 64 mortos, mas este relatório eleva o número para 65, contabilizando como vítima mortal uma mulher que foi atropelada quando fugia do fogo.

Este fogo foi extinto uma semana depois e alastrou para os concelhos vizinhos.

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