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Peças, oficinas e exposições no arranque da Mostra de Teatro Galego em Coimbra

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 8 meses atrás em 05-09-2023

 Oito espetáculos, duas oficinas, duas exposições e até um baile são algumas das propostas da estreia da Mostra de Teatro Galego em Coimbra, que vai decorrer de 28 de setembro a 07 de outubro, foi hoje anunciado.

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A primeira edição da Mostra de Teatro Galego em Coimbra, organizada pela companhia Escola da Noite e pela Cena Lusófona, envolve quase uma dezena de entidades da cidade para acolher uma programação que inclui peças de teatro, uma performance fruto de uma residência artística, uma feira do livro, um baile de danças tradicionais galegas, uma mesa redonda e até a leitura de excertos de uma peça que deveria ter estreado em 1969, em Coimbra, mas cujo encenador galego acabou por ser detido pela PIDE e entregue às autoridades espanholas.

“Esta programação é uma pequena amostra do que se está a fazer na Galiza e esperamos que as próximas edições possam fazer justiça” ao teatro galego, disse Pedro Rodrigues, em representação da Escola da Noite e da Cena Lusófona, durante a conferência de imprensa realizada hoje.

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No âmbito da mostra, o Teatro da Cerca de São Bernardo (TCSB) acolhe, a 28 de setembro, “O Porco de Pé”, adaptação de uma novela do escritor Vicente Risco pela Excéntricas Producións, a 01 de outubro, “Arraianos”, “uma das obras fundamentais da literatura galega” pela companhia de Ourense Sarabela Teatro, e, a 05 de outubro, uma peça de Contraproducións baseada na obra “La Tribuna”, de Emilia Pardo Bazán.

O TCSB receberá ainda, a 07 de outubro, “Hugo”, premiada peça de teatro infantil produzida pela Náufragos Teatro que fala de uma criança que tem perturbação do espetro do autismo.

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No mesmo dia, o Teatro Académico de Gil Vicente, recebe “Libré coma os páxaros”, do Teatro do Atlântico, uma peça encenada por Xúlio Lago, a partir de textos de Rosalía de Castro, poeta e escritora galega e figura mais relevante do movimento de recuperação literária e cultural da Galiza, na segunda metade do século XIX.

Durante o evento, a sala-estúdio da Bonifrates irá receber sessões de histórias, uma a 29 de setembro, por Cándido Pazó, e outra a 06 de outubro, por Quico Cadaval.

Fora do teatro, haverá um espetáculo dedicado à música tradicional galega e portuguesa para toda a família, no TCSB.

No programa, há ainda espaço, entre outras propostas, para uma oficina de narração oral, uma feira do livro teatral galego e uma oficina de dança tradicional ministrada por Sérgio Cobos e Mercedes Prieto, que culmina com um baile a 30 de setembro, no Rancho Folclórico das Tricanas, na Baixa de Coimbra.

Durante o evento, estará patente uma exposição centrada na passagem por Coimbra do encenador catalão Ricard Salvat, em 1969, que deveria ter estreado a peça “Os velhos non deben de namorarse”, do escritor galego Afonso Daniel Castelao.

O espetáculo acabou por não se estrear, proibido pela censura, com a PIDE a deter Ricard Salvat e expulsá-lo do país, entregando-o à polícia espanhola, na fronteira de Vilar Formoso.

Recordando esse episódio, a 03 de outubro, haverá também uma leitura protagonizada por membros do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC) e dirigida por Carme Portaceli, do Teatro Nacional da Catalunha, de fragmentos do guião original de Ricard Salvat para a peça que nunca chegou a estrear-se no CITAC, em 1969.

A Mostra de Teatro Galego surge pela vontade de mostrar “o muito e bom teatro da Galiza”, com quem quer a Escola da Noite quer a Cena Lusófona têm já um trabalho de “aproximação” ao longo da sua atividade, aclarou Pedro Rodrigues, realçando que a Escola da Noite está a preparar duas grandes coproduções com uma companhia galega para apresentar em 2025 e em 2026.

“Esta mostra pretende ser um abraço de Portugal, através de Coimbra e do teatro, à Galiza. Um abraço de Coimbra à Galiza”, vincou Pedro Rodrigues.

Durante a conferência de imprensa, o diretor da Agência Galega das Indústrias Culturais (AGADIC), Jacobo Subtil, manifestou a sua “grande admiração e até uma certa inveja” por ver juntas “tantas vontades num projeto comum”.

“Emociono-me com o carinho com que falam da nossa cultura, que nós sentimos que é tão próxima da vossa”, vincou, considerando que a mostra apresenta “o que de melhor se está a fazer na Galiza”.

Já o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, também realçou a importância da relação de Coimbra com a Galiza e com os galegos.

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