Política

PCP duvida de “golpe de asa” do Governo que permita alterar voto contra

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 25-10-2021

O secretário-geral do PCP duvidou hoje que possa haver um “golpe de asa” do Governo até quarta-feira, dia da votação na generalidade do Orçamento, que leve o partido a alterar o sentido de voto já anunciado.

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“Não acredito em bruxas (…). Nunca faltámos à chamada e procurámos sempre que os contactos com o Governo dessem fruto. Nunca fomos para lá com uma posição de ‘não porque não’”, disse Jerónimo de Sousa, em declarações aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa.

Acompanhado pelos membros do Comité Central do PCP Antónia Lopes e Francisco Pereira, o secretário-geral comunista sustentou que o partido foi “até ao limite” e que negociou sempre “com um sentido construtivo” para resolver os problemas do país.

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“Foram meses [de reuniões com os socialistas] e, porque não acredito em bruxas, naturalmente, não estou a ver aqui nenhum golpe de asa. É uma pergunta que compete ao Governo responder”, completou.

Ao Governo faltou a “disponibilidade” e a “visão” para resolver os flagelos que atingem o país, continuou Jerónimo de Sousa, por isso, dificilmente vê uma alteração da posição do executivo socialista: “A minha dúvida é o que se chama uma dúvida razoável”.

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Interpelado sobre se o quadro de eleições legislativas antecipadas é o único cenário possível depois do ‘chumbo’ previsível na quarta-feira, durante a votação da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), Jerónimo de Sousa recordou que está nas mãos do Presidente da República a dissolução do parlamento que desencadeia esse processo, “mas o instrumento de dissolução do parlamento passa necessariamente por uma moção de censura ou de confiança”.

Contudo, o dirigente comunista defendeu que todos esses cenários “são laterais”.

Insistindo que as respostas aos problemas do país não se prendem única e exclusivamente com o Orçamento do Estado, o secretário-geral do PCP referiu que até neste domínio “o Governo não correspondeu” ao que o partido considerou ser fundamental.

“Da nossa parte não pode haver mais clareza (…). O PS terá de saber o que fazer neste quadro”, finalizou.

O voto contra dos dez deputados do PCP no Orçamento do Estado para 2022 hoje anunciado determina, desde já, o seu ‘chumbo’ na votação na generalidade, marcada para quarta-feira.

O documento tem votos a favor dos 108 deputados do PS, mas 115 contra (a confirmar-se o do BE, que se junta a PSD, CDS-PP, Chega, IL e agora PCP), além de 5 abstenções (PAN e duas deputadas não inscritas).

Apenas falta anunciar o sentido de voto do Partido Ecologista “Os Verdes”, mas, mesmo que os seus dois deputados votassem a favor do documento, seriam insuficientes para aprovar o Orçamento.

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