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Papa é “intocável” e criticá-lo uma “heresia”

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 mês atrás em 11-04-2024

O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou que para os timorenses o Papa Francisco, que deve visitar o país em setembro, é “intocável” e que criticá-lo é uma “heresia”.

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“Para os timorenses o Papa é intocável, para os timorenses, quando ouvem, felizmente que a esmagadora maioria não ouve, mas os mais informados, quando ouvem alguns bispos na Europa ou nos Estados Unidos criticar o Papa, para nós, é uma heresia”, disse à Lusa José Ramos-Horta.

O chefe de Estado salientou que ele próprio fica “realmente irritado”.

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“Às vezes dá-me vontade de responder a esses bispos lá em França ou nos Estados Unidos, mas como não domino muito bem a matéria não me atrevo a entrar na celeuma, mas isto para ver a lealdade que o timorense tem ao Papa”, disse José Ramos-Horta.

O Papa Francisco deverá realizar em setembro uma visita a Timor-Leste, no âmbito de um périplo que fará à região, que poderá incluir também a Indonésia, Papua Nova Guiné, Vietname e Singapura.

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A visita a Timor-Leste, segundo o prémio Nobel da Paz, virá “na sequência da visita do Papa João Paulo II”.

“Muitas vezes na apreciação da nossa luta diplomática esquece-se a visita a Timor do Papa João Paulo II. Foi ele que, na sabedoria da Santa Sé, decidiu vir para colocar Timor no mapa do mundo. Era a forma de a Santa Sé apoiar a luta do povo timorense”, afirmou José Ramos-Horta.

O Papa João Paulo II visitou Díli em outubro de 1989, ainda o país estava ocupado pela Indonésia, voltando a colocar Timor-Leste e a sua luta pela independência no plano internacional.

“O Papa Francisco decidiu, cumprindo um desejo dele de há muitos anos, vir a Timor-Leste, o país mais católico do mundo, tirando o Vaticano”, disse José Ramos-Horta.

Segundo o chefe de Estado, 99,6% dos timorenses são católicos praticantes, o que significa que em termos percentuais é o número um do mundo, tirando a cidade do Vaticano.

Para o Presidente timorense, a visita do Papa Francisco “consolida a fé e recompensa os timorenses pela sua fé”, mas também é um “grande marketing turístico” para o país, porque ajuda à promoção de Timor-Leste.

Ramos-Horta manifestou apenas preocupação com a saúde do Papa, que tem viajado muito e “feito um enorme sacrifício com consequências para a sua saúde”, salientando que a viajam de Francisco vai começar em Jacarta (Indonésia), seguindo depois para Port Moresby (Papua Nova Guiné), Díli, Hanói (Vietname) e Singapura.

Questionado pela Lusa sobre quando será oficialmente anunciada a viagem de Francisco, o Presidente timorense disse que o anúncio deverá ser feito ainda este mês.

Apesar de a data da visita continuar por confirmar, o Governo timorense já disponibilizou 10,9 milhões de euros para organizar as atividades de preparação da visita do Papa a Timor-Leste e uma missão do Vaticano deve visitar novamente o país em junho.

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