Saúde

O que podem dizer os maus cheiros do corpo sobre a sua saúde?

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 8 meses atrás em 08-09-2023

O corpo humano tem diversas características. O cheiro pode ser indicador de que necessita de uma ida ao médico. Mas há também os odores habituais. Saiba com o quais se deve preocupar.

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De forma geral, os odores são apenas preocupantes quando há uma alteração brusca do que é “normal” em determinada pessoa. Ou seja, se geralmente alguém já tem um suor com cheiro intenso, isso não quererá indicar qualquer problema.

Se, por outro lado, não é costume ter qualquer odor corporal e, de repente, desenvolve um cheiro forte, aí deverá consultar um médico.

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A questão do mau hálito, mais concretamente, halitose. O especialista em medicina dentária Olívio Dias começa por sublinhar que, “na maior parte dos casos, este fator, que pode ser visto como um problema pela pessoa, soluciona-se com hábitos regulares de uma higiene oral cuidada”, pode ler-se a explicação na Notícias Magazine.

No caso das gengivas, quando inchadas, vermelhas, sangrentas ou doridas, tudo isto juntamente com mau cheiro, são razão para consultar um especialista de imediato.  “Ingerir certos alimentos, tais como cenoura, alho e outros vegetais e especiarias podem também provocar o problema, já que após a ingestão, estes entram na circulação sanguínea e são transportados até aos pulmões, onde se libertam e podem provocar o mau odor, que é o caso da substância contida no alho, revela. ” O consumo de tabaco é também causa frequente para o mau cheiro.

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O dentista explica que é normal acordar com mau hálito de manhã. Chama-se xerostomia e trata-se da síndrome da boca seca. A diminuição de produção de saliva leva a que o mau cheiro se intensifique e piora se dormimos de boca aberta.

A especialista em medicina interna Ana Isabel Pedroso acrescenta ainda os problemas do sistema digestivo, em particular inflamações do estômago, que podem provocar mau cheiro na boca. Também no caso de haver inflamação respiratória recorrente, com constante presença de muco e expetoração na boca, possam desenvolve-se odores intensos.

O mau cheiro dos pés, conhecido por “chulé” pode dever-se à “presença excessiva de fibra e a falta de respiração”. “Estes dois elementos, quando de fraca qualidade, estão associados ao excesso de transpiração, a que se dá o nome de hiperhidrose, que pode provocar odores desagradáveis”, conta Cristina Macedo Carvalho, podologista nos hospitais CUF.

A especialista em podologia explica ainda que, quando não está associada ao odor, a hiperhidrose pode indicar problemas de ansiedade ou stress, alterações hormonais ou neuropatias, levando a que se deva consultar um especialista.

Quanto às partes intimas, no caso do pénis, o mau cheiro não é tão comum ou característico. Ainda assim, Ana Meirinha, urologista-andrologista do Hospital de Cascais, sublinha a importância da higiene: “Lavar pelo menos uma vez por dia e não mais do que duas vezes é a regra”.

Caso o mau cheiro se mantenha, uma vez que o pénis e o escroto não costumam cheirar mal, mesmo no caso de candidíase, pode ser sinónimo de uma situação grave.

A especialista em urologia refere ainda, que nas virilhas, a possibilidade de problemas como a hidradenite supurativa, trata-se de “um processo inflamatório, similar à acne, que ocorre nas axilas, virilhas e em torno dos mamilos, que deixa cicatrizes” e que é visível através da identificação de manchas vermelhas.

Nas mulheres, “a secreção vaginal provoca um odor que deve ser considerado tão normal quanto o suor, e que pode sofrer alterações com o regime alimentar ou a não ingestão de líquidos suficientes, por exemplo”, explicita Fernando Cirurgião, ginecologista-obstetra e diretor de serviço no Hospital São Francisco Xavier.

O excesso de higiene, por vezes sentido como necessidade pela pressão social, pode ser um problema. “Uma higiene intima exagerada pode levar a uma perda da proteção da flora vaginal, a uma redução da flora microbiana protetora, e, por consequência, a um aumento das bactérias que não interessam e que causam o cheiro mais intenso”.

Em resumo, Ana Isabel Pedroso, especialista em Medicina Interna na Clínica Lusíadas de Almada, explica que “qualquer cheiro numa zona específica do corpo, quando associado a outros sintomas visíveis ou palpáveis, é preocupante”, em princípio porque significará infeção. Um exemplo menos comum de cheiro no dia a dia, que pode levar a odor em caso de infeção, são as orelhas ou ouvidos.

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