Coimbra

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha é intervencionado após estragos das cheias de 2016

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 11-03-2021

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, é alvo de intervenção com o objetivo de conservar o edifício e valorizar os espaços envolventes que ficaram danificados com as cheias de 2016, de forma permitir o acesso a visitas ao local.

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A obra incide num trabalho de conservação e restauro dos materiais pétreos, cerâmicas, azulejos e rebocos, na igreja e no claustro, e na recuperação do pavimento da igreja e dos passadiços exteriores. Pretende ainda dotar o espaço com a cota que permita a salvaguarda do espólio arqueológico armazenado, a eliminação de entradas diretas de águas por zonas que não se encontram vedadas com muro e o reforço do sistema de bombagem existente na igreja. Também os comandos serão relocalizados, o sistema de rega reparado e o sistema de vigilância ampliado.

Em consequência das cheias verificava-se que a integridade das estruturas se encontrava em risco com danos significativos no Mosteiro, como desmoronamentos, acumulação de líquenes pelo acumular de água, danos em percursos de visita, meios de acesso, instalações elétricas, mecânicas e inutilização do depósito de materiais arqueológicos.

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A obra pretende assim reparar danos e desenvolver mecanismos de proteção que, em situações futuras de condições atmosféricas adversas gere um minimizar dos danos e perdas neste Património, que poderão ser irreversíveis.

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Este projeto é da autoria dos Arquitetos Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez, com o apoio técnico da Direção Regional de Cultura do Centro, e começou a ser intervencionado em maio de 2020, com data prevista de conclusão em setembro de 2021. A obra tem um investimento total de 641.721,21€, com um valor comparticipado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional de 585.400,59€

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha foi classificado como Monumento Nacional em 1910. A sua origem remonta ao século XIII. No entanto, o que subsiste é gótico essencialmente do século XIV.

A relação com o Mondego revela-se problemática em 1331, ano em que ocorre a primeira grande cheia. Em 1677 dá-se o abandono definitivo do Mosteiro. Após séculos de abandono, em que grande parte dos vestígios ficaram submersos, em 1995 iniciou-se uma campanha arqueológica que permitiu pôr a descoberto parte do antigo mosteiro. O Mosteiro foi objeto de uma das mais extensas e complexas obras de recuperação, restauro e valorização efetuadas em Portugal, tendo sido inaugurado em 2009, após a recuperação da igreja, a criação de um centro interpretativo e  a implementação de um circuito de visitas.

Esta intervenção integra um dos sete projetos que a Direção Regional de Cultura do Centro tem em curso financiados no âmbito do Programa Operacional Centro 2020, com um investimento de 4 milhões de euros em recuperação de património na Região Centro. Este investimento permite criar melhores condições de acesso a bens culturais através da reabilitação, conservação, restauro e valorização de diversos monumentos nacionais.

Dos projetos aprovados para Coimbra, encontram-se já em execução as obras do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e da Igreja do Carmo, as restantes serão iniciadas até ao final do primeiro semestre de 2021.

Suzana Menezes, Diretora Regional de Cultura, refere que “em 2022, a Região Centro terá ao seu dispor um património requalificado e com melhores condições para assegurar a salvaguarda e promoção de parte da sua história e identidade e, de igual modo, um património valorizado que irá contribuir para superar os desafios que se avizinham do ponto de vista do desenvolvimento e promoção territorial. No entanto, há ainda muito a fazer, porque a preservação e salvaguarda patrimonial é um trabalho continuado no tempo”.

O projeto consiste na intervenção de sete monumentos do distrito de Coimbra, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, o Mosteiro de Celas, a Igreja do Carmo, a Sé Nova, a Sé Velha, e ainda em Viseu, a Sé e o Mosteiro de Santa Maria de Maceira Dão, em Mangualde.

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