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Ministro da Defesa britânico inclinado a apoiar regresso de Boris Johnson

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 21-10-2022

O ministro da Defesa, Ben Wallace, indicou estar inclinado a apoiar o antigo primeiro-ministro Boris Johnson para suceder a Liz Truss, ao mesmo tempo que se excluiu ele próprio da corrida. 

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“Para mim, sinto que posso acrescentar mais valor em manter as pessoas seguras na defesa, sendo o ministro da Defesa. É o trabalho que tenho vindo a fazer e é o trabalho que pretendo continuar a fazer, por isso, não me vou candidatar a primeiro-ministro”, disse, numa entrevista transmitida pela BBC.

Sobre a sua preferência, argumentou ser importante escolher um candidato que “tome decisões para investir na defesa e segurança” do país e a quem seja reconhecida “legitimidade” junto dos eleitores e que possa ganhar as próximas eleições legislativas.

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“Neste momento, estou inclinado para Boris Johnson”, afirmou, embora reconheça existirem questões relacionadas com um inquérito parlamentar sobre se infringiu as regras ao mentir aos deputados sobre as “festas” durante a pandemia.

Wallace é o segundo membro do Governo a manifestar preferência por Boris Johnson para suceder a Truss, depois do ministro da Economia, Jacob Rees-Mogg, apesar de o antigo primeiro-ministro ainda não ter declarado a intenção de se candidatar.

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A possibilidade de Boris Johnson regressar a Downing Street apenas 45 dias depois está a dominar a cobertura mediática sobre esta eleição interna e várias casas de apostas consideram-no um dos favoritos.

Uma sondagem da empresa YouGov no início desta semana sobre a então possibilidade de demissão de Liz Truss colocada Johnson no topo das preferências dos ‘tories’ com 32%, contra 23% de Rishi Sunak e 10% de Wallace.

Liz Truss demitiu-se na quinta-feira após apenas seis semanas dias no cargo, tornando-se na primeira-ministra com o mandato mais curto da história do Reino Unido.

Apesar de ter ganho as eleições legislativas em 2019 com uma maioria absoluta histórica, Johnson foi derrubado do cargo após a demissão de 60 membros do Governo devido a uma série de escândalos.

O antigo ministro das Finanças Rishi Sunak e a líder da Câmara dos Comuns [cargo que presente ao Governo] Penny Mordaunt, candidatos derrotados por Truss, são dados como favoritos, mas nenhum confirmou se vai avançar.

As nomeações para a eleição abriram na quinta-feira fecham às 14:00 de segunda-feira. Os candidatos precisarão no mínimo do apoio de 100 deputados.

No caso de existir mais de um candidato, uma primeira votação terá lugar na segunda-feira à tarde entre o grupo parlamentar, com o resultado previsto para as 18:00. Uma nova votação indicativa poderá seguir-se.

Se permanecerem na corrida dois finalistas, a escolha do vencedor será feita pelos militantes do partido Conservador por voto eletrónico até sexta-feira às 11:00, sendo o resultado anunciado no mesmo dia, numa hora por determinar.

Porém, se restar apenas um candidato, o próximo primeiro-ministro britânico pode ser declarado logo na segunda-feira.

De acordo com a constituição britânica, é o líder do partido com a maioria parlamentar é indigitado primeiro-ministro e convidado pelo monarca a formar governo.

Para forçar eleições legislativas, como pretende a oposição, é necessário ser aprovada no parlamento uma moção de censura por mais de metade dos 650 deputados.

Tendo em conta que o Partido Conservador tem maioria absoluta, seria necessário que cerca de 40 deputados votassem contra o próprio líder para dissolver o parlamento.

Esta hipótese parece pouco provável tendo em conta a atual impopularidade nas sondagens do partido há 12 anos no poder.

Um estudo da empresa People Polling publicado hoje indica que o Partido Trabalhista, principal força da oposição, tem 53% das intenções de voto, conta 14% dos Conservadores.

“Nunca vi nada assim em toda a minha vida. Este é o nível mais baixo do partido na história das sondagens no Reino Unido”, comentou o politólogo Matthew Goodwin.

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