Coimbra

Metro Mondego estuda ajuste de projeto para evitar abate de árvores em Coimbra

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 02-09-2022

A Metro Mondego afirmou hoje que está a estudar, juntamente com a Infraestruturas de Portugal e a Câmara de Coimbra, a viabilidade da proposta apresentada pelo movimento ClimAção, que evita o abate dos plátanos da avenida Emídio Navarro.

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Numa conferência de imprensa junto aos plátanos da avenida Emídio Navarro, que devem ser abatidos no âmbito de uma das empreitadas do SMM, o ClimAção afirmou que o abate estará previsto para dia 12 e que entregou uma proposta à Metro Mondego de alteração do traçado que permitiria evitar essa decisão.

Questionada pela agência Lusa sobre se o abate irá ocorrer nesse dia, a Metro Mondego referiu que está a estudar “a viabilidade de ajustar o projeto na zona da paragem ‘Parque’ [na avenida Emídio Navarro], nos termos do esboço apresentado esta semana pela ClimAção”.

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“Obviamente que, se constatarmos que a proposta se revela exequível e razoável do ponto de vista do Sistema de Mobilidade do Mondego [SMM], não haverá lugar ao abate das árvores em causa”, disse a Metro Mondego, em resposta escrita.

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O movimento ambientalista ClimAção alertou hoje que a maioria das árvores previstas abater ou que já foram abatidas em Coimbra, no troço entre Alto de São João e Portagem, não estão no canal que vai servir o metrobus, tendo mostrado aos jornalistas o plano de abate.

Apesar de sublinhar a existência de diálogo com a Metro Mondego, Miguel Dias, do movimento, frisou que o plano é “catastrófico, no que diz respeito à dimensão excessiva e imponderada do abate de árvores”, classificando-o de “política de terra queimada”, que abrange “áreas que não estão sequer próximas do traçado” do SMM.

“O plano de abate dos plátanos na avenida Emídio Navarro representa, simbolicamente, a absurdidade daquilo que já está em curso e do que se prepara”, notou o responsável.

De acordo com o arquiteto Paulo Antunes, o movimento já apresentou uma proposta à Metro Mondego que permite evitar o abate das árvores.

A proposta prevê a mudança do cais de embarque do SMM em cerca de 70 metros e de uma paragem de autocarro e fazer passar os metrobus lado a lado, no alinhamento com a antiga linha de comboio.

O arquiteto realçou a importância de serem divulgados publicamente todos os planos de abate previstos na empreitada (o ClimAção só teve, até agora, acesso ao plano relativo ao troço do Alto de São João).

Em resposta à Lusa, a Metro Mondego referiu que “todas as árvores que está previsto abater situam-se no canal ou na sua proximidade e têm uma justificação objetiva para que isso ocorra”, como, por exemplo, “a necessidade de realizar um muro de suporte, efetuar algum desvio de infraestruturas críticas, por razões de segurança da circulação”.

Questionada sobre a divulgação dos planos de abate, a Metro Mondego referiu que irá enviar em breve o projeto da Linha do Hospital ao ClimAção, depois de ter apresentado o troço do Alto de São João, assim que foi solicitado.

“Temos todo interesse em avaliar as propostas que possam melhorar o projeto do Sistema de Mobilidade do Mondego. Porém, neste momento, coloca-se uma dificuldade muito grande que decorre do facto de a empreitada se encontrar em execução, o que limita muito a latitude das modificações que ainda será viável executar”, acrescentou ainda a Metro Mondego.

Segundo o movimento ClimAção, já foram abatidas 16 árvores na Praça 25 de abril, sendo que o traçado apenas entrava em conflito “com duas a quatro árvores”.

Essas árvores serão “substituídas por fileiras de candeeiros públicos”, notaram.

Já no corredor junto ao Estádio Cidade de Coimbra, são “mais as árvores que são derrubadas do que as que se mantêm”, com a substituição do largo situado abaixo do Jardim de Infância João de Deus, derrubando árvores que tinham sido plantadas aquando do Euro 2004.

No restante percurso, “prossegue a mesma política de derrube de árvores”, frisou Miguel Dias.

Já a bióloga Maria João Feio realçou que mesmo que o executivo aponte para planos de plantação de mais árvores, “essas só irão produzir algum efeito [de sombra] daqui a 20 anos”, frisando a importância de manter os espécimes existentes.

No final de agosto, a vereadora da Câmara de Coimbra Ana Bastos recusou eventuais alterações ao canal do futuro sistema de ‘metrobus’ e alertou que isso implicaria o pagamento de “indemnizações avultadas”.

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