Metade de 60 albufeiras tem disponibilidades hídricas inferiores a 40%

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 01-11-2017

Quase metade de 60 albufeiras do país têm disponibilidades hídricas inferiores a 40% do volume total, segundo um relatório hoje divulgado, que regista uma descida da água armazenada em dez bacias hidrográficas.

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“No último dia do mês de outubro de 2017 e comparativamente ao último dia do mês anterior verificou-se um aumento do volume armazenado em duas bacias hidrográficas e uma descida em dez”, refere o Boletim de Armazenamento nas Albufeiras de Portugal Continental do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH).

O boletim refere também que, das 60 albufeiras monitorizadas, três apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 28 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total.

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Segundo o SNIRH, os armazenamentos de outubro de 2017 por bacia hidrográfica apresentam-se inferiores às médias de armazenamento de outubro de 1990/91 a 2016/17, exceto para as bacias do Cávado/Ribeiras Costeiras, Douro e Arade.

A bacia do Guadiana é a que regista atualmente a maior capacidade de armazenamento 66,5%, seguindo-se a do Douro (62,5%), do Cávado (60,1%), de Mira (54,4%), do Tejo (54,1%), do Barlavento (51.3%), do Mondego (49,2%), do Ave (42,7%) e do Oeste (40,7%).

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De acordo com o Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos, a bacia que apresenta menor capacidade de armazenamento é a do Sado (20%), seguida da bacia do Lima (34%).

A cada bacia hidrográfica pode corresponder mais do que uma albufeira.

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 O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou ontem a barragem da Aguieira, “inteirando-se da preocupante situação das reservas de água”, divulgou o Palácio de Belém.

“O Chefe de Estado esteve esta tarde na barragem da Aguieira, inteirando-se da preocupante situação das reservas de água”, lê-se na nota publicada no sítio da internet da Presidência da República.

A Presidência descreve que, “numa envolvente de desolação, no meio de floresta ardida, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa trocou impressões com os técnicos ali presentes, que referiram que em vinte anos nunca viram um nível tão baixo da barragem”.

A visita à barragem da Aguieira, que não constava da agenda do Presidente divulgada previamente, acontece numa altura em que mais de 80% do território de Portugal continental está em seca severa.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o verão de 2017 foi quente e extremamente seco, com temperaturas médias do ar superiores e quantidades de precipitação inferiores ao normal.

O Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos (SNIRH) revelou que, no final de setembro, mais de 80% de Portugal continental estava em seca severa e a quantidade de água armazenada tinha voltado a descer em todas as bacias hidrográficas de Portugal continental, na comparação com agosto.

A Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) tem advertido que a situação pode ser de “calamidade” se o próximo inverno for seco, porque mais de uma centena de municípios depende de captações precárias de água que poderão secar.

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