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Memórias das cerâmicas de Arganil sobem ao palco no espetáculo “Barro”

Notícias de Coimbra com Lusa | 11 meses atrás em 19-06-2023

As memórias das indústrias cerâmicas de Arganil, no interior do distrito de Coimbra, estão na base do projeto “Barro”, um espetáculo multidisciplinar com estreia marcada para 01 de julho, anunciaram hoje os promotores.

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Resultando de uma parceria entre o município de Arganil, a produtora Mundo em Reboliço e diversas instituições artísticas, culturais e sociais de âmbito local, o projeto foi desenvolvido ao longo de vários meses e conta com mais de 50 participantes, entre os 10 e os 85 anos.

“Partindo do barro, da sua maleabilidade, e de objetos do nosso quotidiano com ele relacionados, neste espetáculo são convocadas memórias e sensações invisíveis para contar poeticamente histórias de uma terra, similar em alguns aspetos a tantas outras da história recente de outros lugares do país, reinventando o espaço-tempo do presente e procurando uma projeção no futuro destas comunidades”, afirmou a organização, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

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“Barro” versa também sobre questões ambientais e políticas, concretamente “o papel das fábricas nestes territórios, o processo de industrialização e a forma como a matéria barro foi central em determinadas zonas”.

“Sobre o barro enquanto algo que tiramos à terra e que não sabemos devolver”, evidenciaram.

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Contando com direção artística e conceção de Filipa Francisco e Hugo Cruz e partindo do barro “para um percurso onde as memórias de uma região se materializam e criam futuro”, o espetáculo, agendado em duas sessões, a 01 e 02 de julho, às 18:00, na Cerâmica Arganilense, surgiu com base num processo de criação coletiva, da produção à técnica, passando pelos figurinos e cenografia.

“Foi estabelecido um espaço de experimentação que, em simultâneo, se pretende que sirva como capacitação, aprofundando o saber fazer local e estimulando o trabalho em rede”, frisaram os promotores.

Adiantaram que o processo passou por várias fases: uma primeira de preparação e apresentação, seguindo-se “uma longa fase de investigação”, que incluiu entrevistas a antigos trabalhadores das cerâmicas e a um historiador, entre outras pessoas, bem como levantamentos textuais e fotográficos.

Da investigação passou-se para a ligação com os participantes e daí aos ensaios, que resultaram, agora, na estreia de “Barro”.

“Nos ensaios foram utilizados argila, telhas e tijolos como estímulo para despertar uma série de improvisações e de narrativas, não só orais, mas também do corpo. Isto permitiu criar imagens que constroem poeticamente o espetáculo”, explicaram.

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