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Mealhada: Mãe acusada de matar filho após parto, abandonando num contentor do lixo começa a ser julgada

Notícias de Coimbra com Lusa | 6 meses atrás em 31-10-2023

O Tribunal de Aveiro vai começar a julgar na próxima segunda-feira uma mulher, de 34 anos, residente na Mealhada, suspeita de ter matado o próprio filho após o parto, abandonando o recém-nascido num contentor do lixo.

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A arguida, que foi detida em janeiro passado, encontrando-se em prisão domiciliária, está acusada de um crime de homicídio qualificado e outro de profanação de cadáver.

A acusação do Ministério Público (MP) refere que a arguida, assim que soube que estava grávida, planeou matar o bebé, não tendo, por esse motivo, frequentado consultas de gravidez, ou adquirido quaisquer artigos próprios para o seu estado de gravidez ou qualquer artigo de puericultura ou roupas para bebé.

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O MP diz ainda que a mulher escondeu a gravidez do seu namorado, da sua família, e das colegas de trabalho, envergando roupas largas por forma a esconder o crescimento da barriga.

O crime ocorreu no dia 25 de julho de 2022, quando a arguida iniciou o trabalho de parto na casa de banho da sua casa, depois de ter deixado os seus dois filhos, menores, a almoçar em casa da sua mãe.

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De acordo com a investigação, a mulher viria a dar à luz um bebé com 47,5 centímetros de comprimento e com 2,549 quilos, compatível com uma idade gestacional superior a 37 semanas.

“A criança nasceu com vida, com ausência de malformações internas ou externas, respirou e chorou”, refere o MP.

Após o nascimento do bebé, o MP diz que a arguida cortou o cordão umbilical que a unia ao recém-nascido, colocando o bebé no interior de vários sacos plásticos que depositou num contentor do lixo, próximo da sua residência, e foi trabalhar.

Durante a tarde, a mulher ter-se-á sentido mal e foi transportada para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e posteriormente para a Maternidade Daniel de Matos, também em Coimbra, onde recebeu tratamento médico e hospitalar.

Ainda segundo a acusação, durante o transporte para o hospital, a arguida disse aos bombeiros que a socorreram que tinha sofrido uma “perda sanguínea anómala em face do período menstrual que havia estado ausente”, sem referir qualquer ocorrência do parto.

De acordo com a investigação, o recém-nascido permaneceu no contentor do lixo, com vida, pelo menos por cerca de quatro horas, no interior dos sacos de plástico fechados, que não permitiram ao bebé a respiração.

A acusação sustenta que o bebé acabou por morrer por asfixia, tendo sido encontrado sem vida no mesmo dia pelas 18:30, por duas funcionárias de um jardim-de-infância que haviam sido alertadas pela PSP para a presença de um recém-nascido no interior daquele contentor do lixo.

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