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“Maternidades de Coimbra em risco de perder Urgência”

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 15-12-2016

 

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A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, face à situação alarmante de falta de especialistas em ginecologia e obstetrícia nas maternidades de Coimbra, alerta para a “catástrofe iminente” nas urgências dos três serviços a funcionar na Maternidade Bissaya Barreto, na Maternidade Daniel de Matos e nos Hospitais da Universidade de Coimbra. “Não são contratados médicos especialistas para a Maternidade Bissaya Barreto, desde 2010!”, exemplifica Carlos Cortes.

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“Estamos a colocar em risco a existência de serviços com uma qualidade assistencial reconhecida”, denuncia o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos. Face à escassez de recursos humanos, e caso não se proceda à urgente contratação de especialistas, “poderá ficar inviabilizada a elaboração de uma escala de urgência com o número de médicos indispensáveis ao funcionamento do serviço de acordo com as normas do Colégio da Especialidade de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos”, declara.

“A situação é muito grave. Não podemos comparar a realidade destas maternidades com o que se passa em qualquer um dos outros hospitais universitários do País. O cálculo do número de médicos não poderá, neste caso, reportar apenas o número de partos e a população de referência”, sublinha, com preocupação, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

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É que os serviços de ginecologia também tratam – por exemplo –  doentes com patologia oncológica ginecológica e patologia da mama, incluindo cancro da mama. Pior: “Dado o número elevado de médicos especialistas que saíram nos últimos anos, poderemos colocar em risco a atividade assistencial (consultas e cirurgias) dos serviços de Ginecologia A e B dos CHUC”. “Os Serviços de Obstetrícia são, também, os Hospitais de Apoio Perinatal Diferenciado e são a referência da região Centro em Pré-natal (Centro de Diagnóstico Pré-Natal na Obstetrícia B e Unidade Diagnóstico Pré-natal na Obstetrícia A).”

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos afirma que, para piorar ainda mais esta realidade, a maioria dos recursos humanos médicos dos serviços de Obstetrícia e Ginecologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) tem idade superior a 50 anos, sendo até elevada a proporção dos que têm mais de 55 anos. Setenta e cinco por cento dos médicos têm mais de 50 anos.

Para além dos partos no CHUC (segundo dados de 2013, foram realizados 4 823 partos nas duas maternidades), os serviços de Ginecologia A e B diagnosticaram (segundo dados de 2015) 332 novos casos de cancro de mama, 64 novos casos de cancro do endométrio, 27 novos casos de cancro do colo do útero, para além dos novos casos de cancro de ovário (28), cancro da vulva (16) e cancro do sarcoma uterino (2).

Acresce que a fusão dos dois hospitais da cidade de Coimbra, ocorrida em 2012, não se concretizou nesta área: Continuam a existir duas maternidades, cada uma delas com um serviço de Obstetrícia (A e B), um serviço de Ginecologia a funcionar no edifício principal dos Hospitais da Universidade de Coimbra (Ginecologia A) e outro na Maternidade Bissaya Barreto (Ginecologia B), bem como um Serviço de Medicina da Reprodução, a funcionar no edifício S. Jerónimo. Nestas áreas médicas, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) não passou do papel. Desde 2012 que não se investe em equipamentos e a reabilitação dos espaços físicos é inexistente, conclui Carlos Cortes.

 

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