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Más notícias para as famílias: Saiba os produtos que vão aumentar de preço em 2026

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 57 minutos atrás em 24-12-2025

Imagem: depositphotos.com

O ano de 2026 deverá trazer novos aumentos nos preços dos alimentos, confirmando os receios de muitas famílias portuguesas. De acordo com as previsões da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), vários bens essenciais vão encarecer, com subidas que poderão chegar aos 7%, afetando diretamente o orçamento familiar.

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A carne e o peixe são os produtos que deverão registar os aumentos mais expressivos, com previsões de subida na ordem dos 7%. Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, explica ao e-Konomista que estes aumentos resultam da conjugação de vários fatores que estão a pressionar toda a cadeia de valor, desde a produção até à distribuição.

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Entre as principais razões para a escalada dos preços está o aumento significativo dos custos de produção. As rações para animais, compostas sobretudo por cereais e oleaginosas, tornaram-se mais caras, assim como os custos associados à gestão da água, energia e logística. Estes encargos acabam por refletir-se no preço final pago pelo consumidor.

A pressão regulatória é outro fator determinante. As novas exigências europeias em matéria ambiental e de bem-estar animal obrigam os produtores a realizar investimentos adicionais, encarecendo a produção. A isto junta-se ainda o impacto das alterações climáticas, com fenómenos extremos a afetarem a produção agrícola e pecuária, gerando instabilidade no abastecimento e subida das matérias-primas.

Para além da carne e do peixe, outros produtos alimentares deverão igualmente sofrer aumentos em 2026.

Os produtos hortofrutícolas enfrentam uma forte pressão regulatória e climática, o que se deverá traduzir em preços mais elevados, sobretudo nos frescos. A volatilidade destes produtos torna-os particularmente sensíveis às condições meteorológicas.

O pão e os produtos de pastelaria também deverão registar ligeiros aumentos, influenciados pelas revisões salariais no sector e pelo agravamento dos custos de matérias-primas como ovos, frutos secos e embalagens. Apesar de a Associação do Comércio da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP) manter uma perspetiva cautelosamente otimista, reconhece que a pressão sobre os custos é real.

O café e o cacau continuam igualmente sob pressão, com subidas acentuadas associadas a fenómenos ambientais, instabilidade internacional e volatilidade dos mercados, fatores que deverão manter estes produtos caros ao longo de 2026.

Os ovos, que registaram um aumento de 28% no último ano, deverão manter a tendência de subida, impulsionados pelo custo das rações e pelas novas normas de bem-estar animal.

Azeite é a exceção

Nem tudo são más notícias. O azeite deverá ser uma exceção em 2026, com uma descida prevista de cerca de 14%, após dois anos de preços historicamente elevados. A recuperação da produção na presente campanha traz algum alívio aos consumidores.

Face a este cenário, especialistas recomendam algumas estratégias para mitigar o impacto dos aumentos no orçamento das famílias. Comparar preços entre supermercados, aproveitar promoções, optar por marcas próprias, comprar em mercados locais e privilegiar produtos da época são algumas das soluções apontadas. Reduzir o desperdício alimentar e planear as refeições continuam a ser medidas fundamentais.

Refira-se que o Governo prevê uma inflação de 2,1% para 2026, de acordo com o Orçamento do Estado aprovado no Parlamento. No entanto, a inflação alimentar tem-se mantido acima da inflação geral, refletindo a pressão específica sobre este sector.

Os consumidores já sentiram esse impacto ao longo de 2025. Segundo a DECO PROteste, o cabaz alimentar monitorizado aumentou 10,61 euros entre novembro de 2024 e novembro de 2025, uma subida de 4,55%, custando atualmente cerca de 243,65 euros.

Tudo indica que, em 2026, a alimentação continuará a ser uma das principais fontes de pressão no custo de vida das famílias portuguesas.

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