Região

Mário Nogueira acusa em Coimbra que deputados do PS que são professores “deviam ter vergonha na cara”

Notícias de Coimbra com Lusa | 7 meses atrás em 06-10-2023

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, considerou hoje que os deputados socialistas na Assembleia da República, que são docentes e votaram “contra os seus colegas”, na passada quarta-feira, deviam “ter vergonha na cara”.

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“É lamentável que alguns colegas nossos, que são deputados do Partido Socialista (PS), tenham conseguido votar contra os seus colegas, esquecendo-se que se estivessem nas escolas, era o salário dos colegas que eles tinham”, referiu.

O PS chumbou na quarta-feira, no parlamento, todas as iniciativas legislativas que propunham a recuperação faseada do tempo de serviço de professores, uma das principais reivindicações dos docentes.

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“Pensarem que desta forma, absolutamente vergonhosa, vão conseguir continuar a ser alimentados por um aparelho que os mantém como deputados, deviam ter vergonha na cara esses professores que são deputados desse partido”, acrescentou à entrada do Centro Escolar Norton de Matos, em Coimbra, em dia de greve nacional de professores e educadores.

No seu entender, a luta que os professores estão a travar não é uma luta apenas dos professores, mas também “dos portugueses e das famílias”.

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“Esta posição irredutível do Governo, do Partido Socialista e do doutor António Costa tem consequências tremendas, terríveis na falta de professores. Ainda ontem [quinta-feira] nos diziam que nos Açores já são psicólogos, já são outros profissionais a dar aulas no 1.º ciclo, que é um setor que não tem habilitação própria”, lamentou.

Aos jornalistas disse também que a Fenprof soube, através de diretores de escolas, que “há pessoas com o 11.ºano, sem qualquer tipo de habilitação, a apresentar candidaturas às escolas para poderem dar aulas”.

“Não podem, para já. Mas uma das soluções que parece que está a ser encontrada pelo Governo para resolver a falta de professores é, precisamente, o cada vez mais, recorrer a diplomados que não são professores, é baixar a formação para professores quando nós temos uma das formações mais elevadas até a nível mundial”, apontou.

O dirigente da Fenprof destacou ainda que este é o primeiro “grande dia de luta deste ano” letivo 2023/2024, no entanto, acredita que “infelizmente não vai ser o último”.

No próximo dia 10 será conhecida a proposta de Orçamento do Estado, seguindo-se uma reunião interna da direção estrutura sindical e depois do dia 13 com outros sindicatos, para analisar o documento.

“Se este Orçamento não contiver a primeira tranche de faseamento de recuperação do tempo de serviço, não prever verbas para as escolas poderem dar resposta a problemas que hoje têm, não for um orçamento que aponta para uma verdadeira medida de combate à precariedade e não aquilo que nós hoje temos, se for um orçamento de mais do mesmo, vamos continuar com lutas. Veremos depois de que tipo”, avisou.

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